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O debate sobre bem-estar ganhou força nos últimos anos. Mais academias lotadas, parques cheios, restaurantes adaptando cardápios para opções fitness e maior procura por acompanhamento médico e nutricional refletem uma mudança de mentalidade da sociedade em relação à saúde. Segundo o IBGE, mais de 60% da população brasileira está acima do peso e a busca por métodos de emagrecimento se intensificou não apenas por estética, mas também por performance e prevenção de doenças crônicas.

Nesse contexto, o médico Dr. Léo Pádua alerta que, apesar dos avanços, cresce também o uso inadequado de medicamentos emagrecedores, especialmente as chamadas canetas emagrecedoras. “Esses fármacos podem trazer benefícios quando bem indicados, mas também riscos graves se utilizados sem acompanhamento profissional. Estamos falando de complicações que vão desde alterações hormonais, infertilidade e queda de cabelo até eventos mais graves, como arritmia e parada cardíaca”, explica.

No Mato Grosso do Sul, a discussão ganhou ainda mais relevância com o projeto em tramitação na Assembleia Legislativa que prevê a disponibilização gratuita de medicamentos como liraglutida, semaglutida e tirzepatida para pacientes com obesidade mórbida. A proposta busca garantir acesso a terapias de alto custo, reconhecendo a obesidade como doença crônica e ampliando as possibilidades de tratamento dentro do SUS.

Para Dr. Pádua, a medida pode trazer benefícios, mas deve ser entendida apenas como parte de um processo maior. “A caneta é apenas a ponta do iceberg. O tratamento correto envolve acompanhamento multidisciplinar, com nutricionista, educador físico, psicólogo e médico. É a mudança de estilo de vida, degrau a degrau, que garante resultados sustentáveis”.

Outro alerta importante é a facilidade de acesso a medicamentos sem fiscalização em regiões de fronteira, como o Paraguai, o que aumenta o risco de consumo de substâncias de procedência duvidosa. Muitas vezes, influenciadas por conteúdos da internet ou pela pressa de obter resultados, pessoas acabam recorrendo a esses produtos de forma equivocada, sem acompanhamento médico, expondo-se a sérios riscos de saúde.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) também reforça que medicamentos para emagrecimento não devem ser utilizados isoladamente, mas sim associados a hábitos saudáveis. Dados da OMS apontam que a obesidade é uma das maiores preocupações globais de saúde pública, associada a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.

O alerta, portanto, é claro: buscar saúde vai muito além da estética. “Hoje entendemos saúde como um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doença”, conclui Dr. Pádua.

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