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A Câmara Municipal de Campo Grande deu início à terceira fase da CPI do Transporte Público nesta segunda-feira (9), com a oitiva de Paulo Vitor Brito de Oliveira, diretor de Operação do Consórcio Guaicurus. Há 16 anos na empresa, Paulo foi questionado pelos vereadores sobre a qualidade dos serviços prestados à população, especialmente em relação à acessibilidade, à manutenção dos veículos e ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Paulo Vitor fez relato sobre a transição de lucro de R$ 600 mil em 2022 para um prejuízo de quase R$ 5 milhões em 2023, mesmo com queda moderada no número de passageiros (de R$ 30,5 milhões pagos e R$ 11 milhões de gratuidade em 2022, para R$ 29,5 milhões e R$ 12 milhões em gratuidades no ano de 2023). A relatora, vereadora Ana Portela, solicitou o fluxo de caixa atualizado para esclarecer essa discrepância, e Paulo afirmou que foi entregue apenas o documento apresentado na licitação, comprometendo-se a submeter dados reais de entradas e saídas da contabilidade do consórcio.

Durante a audiência, o diretor atribuiu parte dos problemas operacionais enfrentados pelo sistema à precariedade da malha viária da Capital. Segundo ele, os buracos nas vias provocam, por exemplo, danos diretos ao funcionamento dos elevadores de acessibilidade nos ônibus. “Hoje há dificuldade com o asfalto. Quando um ônibus passa em um buraco, provoca uma torsão. Isso faz com que o elevador pare de funcionar, pois os ajustes são milimétricos. Essa é uma das causas. Todo elevador quando sai da garagem, sai funcionando. O motorista tem que fazer um checklist”, afirmou.

Paulo Vitor também enfatizou que o consórcio tem seguido as determinações da Prefeitura com relação ao cumprimento de itinerários. “Nós cumprimos todas as ordens de serviço emanadas pelo Poder Público”, declarou, ao ser questionado sobre o número de ônibus em circulação para atendimento das linhas.

Atualmente, segundo o diretor, 417 veículos operam diariamente de segunda a sexta-feira, trafegando a uma velocidade média de 17 km/h. Já sobre o número de ônibus em circulação aos fins de semana, ele afirmou que é cerca de 60% da frota que trafega em dias normais.

Outro ponto abordado foi a situação financeira do Consórcio Guaicurus. O diretor alegou que as dificuldades não se limitam à redução no número de passageiros. “O prejuízo do Consórcio não é só em função da queda de passageiros que utilizam o transporte público. O valor da passagem também não é o adequado”, pontuou Paulo Vitor.

As próximas oitivas da CPI acontecem na próxima quarta-feira (11), a partir das 13h, quando serão ouvidos os ex-funcionários do Consórcio Clevison Gamarra de Arruda e Weslei Conrado Moreli.

Ouvidoria – A CPI do Consórcio Guaicurus atingiu 602 denúncias registradas até 9 de junho, sendo 521 via WhatsApp, 32 por formulários, 46 por e‑mails, 2 ligações e 1 presencial. As principais queixas apontam para má conservação da frota, lotação excessiva e atrasos frequentes, considerados insustentáveis para a população

Com informações da Câmara Municipal

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