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O amor está no ar! Quem nunca ouviu ou viveu uma história de amor digna de virar roteiro de filme? Histórias reais, muitas vezes mais surpreendentes do que qualquer ficção, mostram que o romantismo segue vivo, atravessando gerações, culturas e até mesmo fronteiras.

Nesta data simbólica, marcada pela celebração dos casais, não faltam relatos que emocionam: amores que resistiram ao tempo, reencontros inesperados e uniões que começaram em lugares improváveis, como filas de supermercado ou aplicativos de relacionamento.

Pesquisas apontam que, apesar das transformações nas relações afetivas ao longo das últimas décadas, a busca por um amor duradouro permanece como um desejo constante. Em muitos casos, as histórias mais inspiradoras são justamente aquelas que surgem dos encontros cotidianos, mas que se revelam fundamentais na trajetória de vida de duas pessoas.

Hoje, contaremos relatos de leitores do Total News, que ilustram a força desses vínculos, mostrando que, mesmo em tempos marcados pela rapidez das interações virtuais, há quem aposte e vença com sorte e resiliência, na construção de laços amorosos profundos e duradouros.

A contadora Maria de Lourdes Augusta de Oliveira e o advogado Carlos Magno Marques Rocha estão juntos há 18 anos, e sua história começou com um empurrão do destino. “Na realidade, eu fui fazer faculdade só para conhecer ele”, brinca. “Minha cunhada se inscreveu em Direito, me chamou e eu fui. Na sala, conheci a irmã dele, que logo disse: Você parece tanto com meu irmão, vocês dariam um ótimo casal… mas ele tem namorada”.

Maria de Lourdes, Carlos Magno e Joana

O primeiro encontro oficial aconteceu em frente à faculdade, numa choperia. “Vi aquele rapaz de longe, camisa preta com as mangas dobradas e um sorriso lindo e espetacular”, relembra Maria de Lourdes. Poucos dias depois, o telefone tocou. Era ele. Conversaram, se encontraram novamente numa reunião de faculdade e, naquele mesmo dia, ficaram pela primeira vez. Mas Maria de Lourdes foi direta.“Eu sei que você tem namorada. Se você não terminar esse relacionamento, não dá.” Ele terminou no dia seguinte. Desde então, não se desgrudaram mais.

“Na realidade, desde o primeiro dia, dormimos todas as noites juntos. Em menos de 20 dias, já estávamos morando juntos”, lembra. Os dois construíram tudo juntos: do colchão parcelado em três vezes à compra da primeira casa, em 2010.

Mas o amor dos dois não foi só feito de sonhos realizados. Houveram perdas e dores no caminho. Maria engravidou, mas perdeu o bebê com dois meses de gestação. Tentaram algumas vezes, inclusive por meio de fertilização in vitro, mas sem sucesso. Em meio às tentativas, perderam a mãe de Carlos, aos 62 anos, o que deixou a família em luto. Mesmo assim, não perderam a esperança de realizar o sonho de serem pais.

Foi então que, em 2017, a tão sonhada e esperada filha nasceu: Joana. O nome foi uma homenagem à avó de Maria, e o amor por ela transformou tudo. Desde então, a família cresceu não só em número, mas em afeto. “Hoje somos nós três. Dezoito anos juntos, trabalhando juntos, lutando, vivendo 24 horas por dia juntos. Um relacionamento que começou devido a um sorriso e que já dura quase duas décadas”.

Maria e Carlos também compartilham a vida profissional, ela com a contabilidade, ele com a advocacia, e ambos agora também no ramo imobiliário. “Ele é muito cuidadoso com a gente, com nós duas. Um paizão, um maridão, um advogado exemplar”. “Nossa vida é maravilhosa. Temos nossos bichinhos, três gatinhos, dois cachorros e até um peixinho.” A história do casal ilustra perfeitamente que, apesar das transformações nas relações afetivas, a busca por um amor duradouro segue firme.

Neste Dia dos Namorados, histórias como a de Maria de Lourdes e Carlos nos lembram que o amor, quando é verdadeiro, resiste ao tempo, à dor, aos imprevistos e se reinventa nas alegrias cotidianas. “Saí de um relacionamento de seis anos, ele saiu de um relacionamento de um ano e meio, e fomos morar juntos em três dias. Nunca mais nos largamos”, resume ela. E não é exatamente isso que torna tudo tão especial?

Assim como Maria e Carlos apostaram no amor logo no primeiro impulso do coração, outro casal viu sua história crescer ao longo de décadas, firmada sobre a cumplicidade e o respeito. Enquanto um relacionamento começava em uma sala de aula e se consolidava rapidamente, o outro florescia devagar, com raízes plantadas ainda na adolescência.

É assim com a história de Tereza e Ruben Rieger, que completam 52 anos de casados. Tudo começou no interior do Paraná, quando ela ainda era adolescente. “Eu tinha 14 anos e, num culto à tarde no Ano Novo, vi um rapaz que gostei muito… foi amor à primeira vista”, relembra Tereza.

Tereza e Ruben Rieger

A paixão levou tempo para se transformar em namoro, mas com 18 anos ela se casou com Ruben, então com 21. “Em 1973 casamos, fomos morar em outra cidade, era uma casinha pequenininha, alugada, de 6 por 6, 36 metros quadrados. E lá nós começamos a nossa vidinha”, relembra.

A união rendeu frutos: três filhos, oito netos e uma bisneta. A trajetória do casal envolveu diversas mudanças de cidade, entre Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, mas sempre com cumplicidade. “Sempre nos entendemos muito bem, nunca tivemos problema sério de briga”.

Hoje, o casal vive novamente em um sítio, cercado pela natureza, como sempre sonharam. “Aqui dá para cultivar flores, a horta, colher frutas e pescar. A gente se sente muito feliz, estamos felizes até hoje e até quando Deus permitir”.

Se há casais que se conheceram na juventude e cultivaram o amor por décadas, há também aqueles que se encontraram mais tarde, mas com a mesma intensidade e entrega. A fé, nesse caso, foi o elo inicial que uniu Helyanne e Eduardo Valverde.

A história começou com uma oração. Após uma separação difícil e um breve relacionamento que não deu certo, Helyanne, aos 39 anos, se viu sozinha em Campo Grande, criando os dois filhos, Edson e Hugo. Cansada da solidão, ela recorreu à sua fé. “Eu falei pra Deus: ‘Senhor, eu não aguento mais ficar sozinha. Eu preciso de um companheiro, de alguém temente a Ti’. Não queria mais aventuras, queria algo sério”, lembra.

Em 1998, durante as férias escolares dos filhos, uma amiga a convidou para almoçar. Sem carro naquele momento, Helyanne hesitou, mas a amiga insistiu e enviou o primo do marido para buscá-la. Esse primo era Eduardo. “Eu fui pra lá, almocei com eles, passei uma tarde lá e gostei muito desse primo, achei ele muito educado, bonito, muito querido comigo. Gostei muito dele mesmo, quando a gente voltou já estava namorando. Na volta, perguntei se ele tinha religião, e ele disse que era Batista. Na hora, pensei: É ele. Foi esse homem que Deus mandou pra mim”.

Helyanne e Eduardo Valverde

O namoro começou ali mesmo, em 26 de julho. Pouco depois, em 8 de outubro, o casal oficializou o noivado com um culto, celebrado pelo pastor da Igreja Batista do Guanandi. Em 26 de dezembro, seis meses após o primeiro encontro, eles se casaram. “Queríamos fazer tudo direitinho, com a bênção de Deus”, conta.

Os primeiros anos juntos foram desafiadores financeiramente. Eduardo, então mecânico, e Eliane se desdobraram para sustentar a casa. “Vendemos frango assado na esquina, tivemos banca de bolo na feira, lanchonete, banca de revista… Fizemos de tudo para sobreviver”. A situação começou a mudar quando Eduardo foi aprovado em um concurso público. “Foi uma bênção. A estabilidade trouxe mais tranquilidade”.

Com o tempo, ambos cursaram Direito e incentivaram os filhos e as noras a fazerem o mesmo.“Íamos todos juntos para a faculdade. Era uma loucura, mas também uma alegria imensa”.

Hoje, prestes a completar 29 anos de casados, Helyanne e Eduardo vivem em Campo Grande, firmes na fé e na parceria. “Estamos juntos porque existe perdão. Quando um erra, o outro reconhece, pede desculpas, e seguimos em frente. Valorizamos viver cada dia juntos. Isso é amor de verdade”.

A trajetória de Helyanne e Eduardo reforça a ideia de que o amor se fortalece na rotina, nas adversidades e no apoio mútuo. Mesmo em um mundo cada vez mais veloz e digital, algumas histórias mostram que o romance ainda encontra seu espaço, mesmo quando o reencontro parece improvável.

Foi assim com Lanna Emi e Pedro Henrique Campagna ,um casal que se conheceu ainda na adolescência, durante o ensino médio no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Ela conta que se lembra do sorriso de Pedro, das conversas e do quanto ele era prestativo como capitão do time de vôlei masculino. Mas, como costuma acontecer nas tramas do destino, eles nunca estavam solteiros ao mesmo tempo.

Lanna Emi e Pedro Henrique Campagna

Até que o destino deu um empurrão em uma festa em 2017, e os olhares finalmente se cruzaram de maneira diferente. “Foi mágico. Eu lembro de estar dançando, olhei pra ele e parecia que só existia a gente naquele momento. Foi um beijo inesquecível”, conta Lanna. 

Após esse único momento mais íntimo, seguiram caminhos distintos. Pedro foi estudar Relações Internacionais em Franca, no interior de São Paulo, enquanto Lanna permaneceu em Campo Grande. Ambos se relacionaram com outras pessoas, mas ela nunca esqueceu do “crush do IF”. Em meio a essa distância, uma publicação de Dia dos Namorados nos “melhores amigos” do Instagram reacendeu a conexão entre os dois durante a pandemia.

“Postei brincando que estava recebendo currículos para o cargo de namorado, e o Pedro respondeu perguntando onde ele poderia enviar o dele”. A brincadeira virou conversa e, em pouco tempo, os dois estavam saindo juntos novamente. “Foi muito natural. Parecia que nunca tínhamos parado de conversar”, relembra. Com três semanas, ele disse que a amava. Um mês depois, estavam namorando oficialmente.

Com as famílias já entrelaçadas, a relação ganhou força. A convivência com as famílias foi um ponto de apoio. “Eles cuidaram muito de mim. Me senti acolhida desde o primeiro momento”, diz ela. A aceitação foi tamanha que até a prima mais resistente de Lanna confessou que não conseguiu não gostar dele. 

O relacionamento, iniciado oficialmente em 2021, enfrentou o desafio da distância quando Pedro retornou para Franca para concluir a faculdade. A cada visita, os dois passavam semanas juntos, vivendo uma espécie de ensaio da vida a dois. “Então a gente teve experiências como essa de morar junto, e via que a gente se dava muito bem, foi muito importante pra gente essas experiências”, conta Lanna.

O relacionamento cresceu de forma sólida, mesmo à distância. A rotina se intensificou com uma experiência marcante: um intercâmbio na Argentina, no início de 2023. Eles passaram um mês e meio juntos, dividindo despesas e responsabilidades. “Foi a nossa primeira grande conquista como casal. E também a nossa primeira grande dívida em conjunto”.

2023 ficou marcado para eles como o ano das viagens. “A gente viajou mais de dez vezes naquele ano”, lembra. Mas também foi o momento de pensar no futuro. “Conversamos e decidimos que 2024 seria o ano de guardar dinheiro, não de viajar. Pensamos até em comprar uma casa porque a gente já sabia que a gente queria estar junto”. 

Mas logo no início do ano os planos do casal mudaram completamente com uma proposta inesperada: Pedro foi chamado para trabalhar em Portugal. O casal já havia discutido a possibilidade de casar antes da mudança, por segurança e estrutura, mas Lanna fez um pedido especial, queria ser pedida em casamento, mesmo sabendo o que estava por vir.

“Eu escolhi minha aliança e tudo”, diz. “Foi uma surpresa só para os nossos pais, porque a gente queria que eles estivessem presentes.” Eles oficializaram a união uma semana depois.

Hoje, o casal vive em Portugal. Longe da família extensa com a qual ambos cresceram, agora enfrentam os desafios como um casal, o que, para Lanna, é muito simbólico. “No Brasil, o Natal era correria para passar em três casas. Aqui, foi só nós dois. E foi especial do mesmo jeito. Nossa vida mudou completamente. Mas a gente se dá muito bem. A gente se ama muito”. 

Apesar dos desafios de morar do outro lado do mundo, Lanna conta com muito carinho sobre a nova vida do casal. “Nesses anos que eu vivo com Pedro, aprendi que viver com ele é viver em casa, é ter um lar. A gente agora vive muito longe da família e é muito difícil, porque sempre fica aquele sentimento de onde que eu estou, que saudade de casa, mas na verdade é que casa é onde eu estou com Pedro, porque entre várias cidades, estados, países, continentes, qualquer lugar que eu esteja do mundo, se eu estou com ele esse lugar é casa”.

Em tempos em que o amor parece se perder entre algoritmos e rotinas aceleradas, as histórias de Maria e Carlos, Tereza e Ruben, Helyanne e Eduardo, e Lanna e Pedro mostram que ele ainda encontra espaço para florescer, com intensidade, companheirismo e verdade. 

São relatos que atravessam décadas, fronteiras e até continentes, mas que têm em comum a escolha diária pelo cuidado, pelo respeito e pela construção a dois. Neste Dia dos Namorados, essas trajetórias nos lembram que, mesmo com todos os desafios, ainda vale a pena acreditar no amor.

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