Nutricionista alerta para os riscos do consumo de ultraprocessados e reforça a importância de frutas e hortaliças no dia a dia
Responsável por abastecer feiras, supermercados, restaurantes e residências em todo o estado, a Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) desempenha um papel estratégico na saúde dos sul-mato-grossenses. Com produtos frescos e de qualidade, oriundos de diferentes regiões do Brasil, o centro de distribuição é fundamental para garantir o acesso a frutas, verduras e legumes.
A nutricionista Maria Tainara Soares Carneiro Vitorino destaca os benefícios desses alimentos para o organismo. “Uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes (FLV) é essencial para o bom funcionamento do organismo, pois fornece uma variedade de vitaminas, fibras, minerais, antioxidantes e fitoquímicos que atuam em diversos processos vitais”, afirma.
Segundo ela, o consumo regular desses alimentos está associado à prevenção de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e alterações no colesterol. “Por isso, o consumo regular desses alimentos está associado à prevenção e ao controle de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemias”, explica.
Mesmo com os benefícios comprovados, o consumo de frutas e hortaliças tem caído no país. Levantamento publicado em fevereiro de 2025 na revista Cadernos de Saúde Pública, feito por pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG, mostra que a ingestão desses alimentos diminuiu entre 2015 e 2023.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o consumo de cinco porções diárias de frutas e hortaliças em pelo menos cinco dias da semana. No entanto, apenas 22,5% da população adulta brasileira segue essa orientação.
Esse cenário também se reflete no volume de vendas da Ceasa/MS. De janeiro a março de 2025, foram comercializadas 52.394 toneladas de hortigranjeiros, número 2,07% inferior ao do mesmo período do ano passado. A queda foi ainda mais acentuada entre os produtos importados: 221 toneladas no primeiro trimestre de 2025, contra 533 em 2024, recuo de 58,4%.
A nutricionista alerta que o consumo de alimentos ultraprocessados tem crescido, o que representa um risco à saúde da população. “Os principais riscos são: ganho de peso e obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, comprometimento da microbiota intestinal”, diz.
Dados do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP mostram que, entre 2008 e 2018, o consumo de alimentos ultraprocessados aumentou, em média, 5,5% no Brasil. A pandemia de Covid-19 também contribuiu para a mudança de hábitos alimentares, com crescimento da ingestão de refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos, margarinas e pratos prontos.
“Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias, em vez de alimentos ultraprocessados. Opte por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados. Não troque a ‘comida feita na hora’ por produtos que dispensam preparação culinária”, recomenda Maria Tainara.
Para quem enfrenta a correria do dia a dia, ela sugere estratégias simples: organizar as compras semanalmente, priorizar alimentos da safra, manter saladas higienizadas prontas na geladeira e utilizar legumes congelados para facilitar o preparo. “Com pequenas estratégias e um pouco de planejamento, é possível inserir frutas, verduras e legumes na rotina de forma prática e saborosa”, afirma.
A missão da Ceasa/MS, destaca a nutricionista, está alinhada com a promoção da saúde. Ao oferecer produtos frescos e acessíveis, a central contribui para que mais pessoas tenham uma alimentação equilibrada e previnam doenças que afetam milhões de brasileiros.
Com informações e imagem do Governo de Mato Grosso do Sul