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A reativação da Ferrovia Malha Oeste, considerada estratégica para integrar Mato Grosso do Sul a países vizinhos e reduzir custos logísticos, foi tema de audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande nesta sexta-feira (15). O encontro, proposto pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), reuniu autoridades políticas e especialistas, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o diplomata João Carlos Parkinson, coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceânicos.

Também participaram os deputados federais Vander Loubet (PT) e Camila Jara (PT), os deputados estaduais Zeca do PT, Pedrossian Neto (PSD) e Pedro Kemp (PT), além do secretário da Casa Civil do governo de Mato Grosso do Sul, Eduardo Rocha.

Durante o encontro, o ministro de carreira diplomática João Carlos Parkinson destacou que segurança jurídica e previsibilidade nas concessões são fundamentais para atrair capital privado. Ele lembrou que a Malha Oeste, com quase 2 mil quilômetros e compatibilidade com a bitola boliviana, pode integrar o Brasil à Bolívia, ao Paraguai e à Argentina, reduzindo custos logísticos e fortalecendo a competitividade agrícola.

“Nós cruzamos as fronteiras com o avião, nós cruzamos as nossas fronteiras com a rodovia. Agora vamos avançar, inclusive, também com as barcaças na hidrovia. Por que não cruzar as nossas fronteiras com trens? É um déficit em termos de sistema de transporte e de logística inaceitável para um estado cuja posição geográfica é, obviamente, centralizar a logística nacional e a logística sul-americana. Isso é rentabilidade para qualquer empresa”, afirmou.

O ex-ministro José Dirceu ressaltou que obras dessa magnitude dependem de financiamento robusto, com participação de bancos nacionais e fundos internacionais. “O Brasil vai mudar muito rapidamente, vai crescer muito rapidamente, e tem condições para isso. Eu acredito que, evidentemente, se olhar o orçamento do grupo federal, não tem recurso, mas uma obra como essa não é feita com recursos fundamentais”, disse.

O presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), alertou que Campo Grande, única capital na rota bioceânica, ainda não está preparada para o aumento no volume de cargas. “Campo Grande não está ainda preparada para isso, então essa articulação fortalece os mecanismos que ela precisa ter daqui para frente. A ferrovia é uma das grandes soluções de escoamento de produtos, tanto pela celeridade quanto pelo ponto de vista ambiental”, afirmou.

A Malha Oeste, que liga Mato Grosso do Sul a São Paulo e possui bitola compatível com a malha ferroviária boliviana, é considerada peça-chave para ampliar o comércio exterior brasileiro, conectando o país aos portos do Pacífico e fortalecendo a integração latino-americana. A reativação do trecho pode gerar empregos, atrair investimentos privados e reposicionar Campo Grande como um dos principais polos logísticos do país.

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