O Sebrae deu início nesta segunda-feira (16) ao “Movimento de Rua”, projeto gratuito que pretende transformar a realidade de pequenos negócios em 36 ruas comerciais de Campo Grande e Dourados. A ação, considerada inédita, vai envolver diretamente cerca de 6 mil empresas — 20 ruas na capital e 16 no interior — com acompanhamento técnico, ações de mobilização e campanhas locais.
A proposta nasceu após um diagnóstico feito entre março e abril deste ano, com escuta ativa de comerciantes. A partir disso, foram identificadas as ruas com maior potencial de transformação, onde os empresários poderão contar com consultorias personalizadas, incentivo à presença digital, reestruturação do ambiente de vendas e campanhas para engajamento da comunidade local.

O diretor-superintendente do Sebrae/MS, Cláudio Mendonça explicou, em coletiva de imprensa, que as ruas foram escolhidas de acordo com seu potencial de crescimento, tanto pelo volume de comércios quanto pela dinâmica local. “Foi feito um levantamento do número de comércio e de serviços que tem na rua, se elas funcionam um pouco mais dia e noite também, se tem lanchonetes, se tem restaurantes, se tem alguns negócios grandes que puxam outros negócios. Foi feito um estudo. Nós temos a possibilidade de fazer em outras ruas, mas essas foram o início em cima de potencial realmente de transformação que a gente conseguiu identificar nessas ruas”.
Em Campo Grande, entre os principais desafios apontados pelos empresários estão a falta de estacionamento (26%), escassez de mão de obra qualificada (21,8%), insegurança (21,2%) e infraestrutura precária (20,1%). Já os interesses mais comuns são o aumento de divulgação e vendas (54,8%), organização financeira (42,3%) e presença digital, com forte uso de WhatsApp (80,7%) e redes sociais (74,5%).
Em Dourados, os comerciantes relatam dificuldades similares: falta de mão de obra qualificada (33%), queda no número de clientes (29,5%) e concorrência (23,2%). Também há forte interesse por estratégias de marketing e vendas (52,7%), controle financeiro (49,9%) e expansão de mercado (44,9%). Assim como na capital, o uso de ferramentas digitais se concentra em aplicativos de mensagem e redes sociais, enquanto soluções mais elaboradas, como sites ou e-commerces próprios, ainda têm baixa adesão.
“O Sebrae vai colocar um consultor responsável por cada rua, quase como um síndico, que vai acompanhar esses empresários durante um, dois, até três anos. A ideia é estimular campanhas locais, como ações no Dia das Mães ou datas comemorativas, envolvendo toda a comunidade do entorno”, explicou Mendonça.
O projeto tem caráter contínuo e poderá ser expandido futuramente para outras regiões do estado, conforme a adesão dos empresários e os resultados obtidos nas cidades-piloto.
Em Campo Grande, o projeto vai percorrer as seguintes ruas:
- Rua Marquês de Lavradio (Tiradentes)
- Rua Yokohama (Vila Palmira/Santo Amaro)
- Avenida Senhor do Bonfim (Novos Estados)
- Rua Olímpio Klafke (Mata do Jacinto)
- Rua Alberto de Araújo (Mata do Jacinto)
- Rua Hiroshima
- Avenida Júlio de Castilho (vários bairros)
- Avenida Guaicurus (vários bairros)
- Avenida Marquês de Pombal (vários bairros)
- Avenida dos Cafezais (vários bairros)
- Rua Jerônimo de Albuquerque (Nova Lima)
- Rua Barreiras (Moreninha II)
- Rua Fraiburgo (Moreninha)
- Rua Souto Maior (Tijuca)
- Avenida Manoel Joaquim de Moraes (Jardim Leblon)
- Rua Antônio de Moraes Ribeiro (Vila Marli)
- Avenida São Nicolau (Santa Luzia)
- Avenida José Nogueira Vieira (Tiradentes)
- Rua Pontalina (Universitário)
- Avenida General Alberto Carlos Mendonça Lima (São Conrado)