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Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (24) pela Câmara Municipal de Campo Grande, os pais da jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio em fevereiro, manifestaram repúdio ao parecer da Corregedoria da Polícia Civil. O relatório não apontou falhas no atendimento realizado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), mesmo após a divulgação de áudios da Vanessa reclamando do atendimento.

Em depoimento comovente, Maria Ricarte, mãe de Vanessa, protestou contra a conclusão da Corregedoria e afirmou que a filha não recebeu o acolhimento e a proteção necessários. “Os áudios mostram como ela ficou decepcionada com o atendimento. Houve falha, sim. A Lei Maria da Penha garante à mulher atendimento contínuo e escolta policial. Se tivessem feito a escolta como determina a lei, ela não teria morrido esfaqueada”, desabafou.

“Não aceitamos, sob hipótese alguma, que a corregedora manche a memória dela”, completou, pedindo a exoneração da delegada que atendeu Vanessa horas antes do crime.

A titular da Deam, Elaine Benicasa, esteve presente na audiência e destacou que, somente no ano passado, oito mil boletins de ocorrência foram registrados. “É preciso ainda olhar para o presente para nos abrirmos a eventuais dificuldades, déficits e problemas que precisam ser enfrentados”, afirmou.

Ela ressaltou que todos os inquéritos foram apurados e enfatizou a necessidade de aprimorar a rede de proteção. “Também precisamos olhar para trás e ver o quanto já foi feito, quantas vidas foram salvas”, acrescentou.

A audiência foi presidida pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), da Comissão Permanente de Políticas e Direitos das Mulheres, de Cidadania e de Direitos Humanos, e secretariada pelo vereador Jean Ferreira (PT). A vice-presidente da comissão, vereadora Ana Portela (PL), não pôde comparecer devido a problemas de saúde. Os demais membros da comissão, Dr. Jamal Salem (MDB) e Leinha (Avante), também não participaram.

Para Luiza Ribeiro, o momento é propício para avaliar a rede de proteção à mulher. “São serviços de assistência social e de saúde, mas também da justiça e da segurança, que são essenciais para que essas mulheres possam se recompor”, afirmou.

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