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Com apoio do Sebrae/MS, empreendedores do Estado trabalham conservação e imersão na natureza para atrair turistas

A conexão feita com a natureza com passeios em trilhas e mirantes, descobrir histórias sobre o que é o Cerrado, o que é o Pantanal e que plantas e animais podem ser encontrados ou simplesmente ter a experiência de em um final de semana ouvir o “barulho” do silêncio, algo que pode ser encontrado em áreas rurais e mais afastadas da cidade. Tudo isso tem atraído cada vez mais turistas, Mato Grosso do Sul possui diferentes destinos que se encaixam nesse perfil e empreendedores estão unido a conservação e o ecoturismo para gerar negócios.

O Ministério do Turismo, com a Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, confirmou com levantamento divulgado agora em janeiro de 2025 que os destinos turísticos que envolvem natureza e ecoturismo estão mesmo no gosto do brasileiro. No ranking feito, essas opções aparecem em segundo lugar como destino da viagem, com 16%, só atrás da famosa praia, mencionada por 35% da pesquisa.

O horizonte que essas oportunidades mostram foi visualizado por Eduardo Coelho Padilha, a mãe dele, Luciana Lemos Paes Coelho Batisti, e a família. Eles decidiram investir para conservar uma das belezas naturais mais famosas na região de Costa Rica. Ao mesmo tempo, conseguir adequar um local dentro da propriedade rural chamada Fazenda Água Santa para receber diferentes turistas que buscam a experiência de ver as “águas flutuantes”, ou como é conhecido na região, a água santa.

A fazenda onde é encontrada o fenômeno do afloramento de água que permite banhar-se e se sentir flutuando, pois quem entra nesses afloramentos não se afunda, está na família de Eduardo há quatro gerações. “A gente tinha problemas com a visitação, como o som automotivo. Tivemos um amadurecimento na visão empresarial. Vimos a necessidade de proteger aquele local, mas também permitir que as pessoas pudessem visitar. Fazendo tudo organizado, é possível conservar e aproveitar o que a natureza deixou”, explicou o empreendedor, que está junto com a mãe e familiares nesse negócio.

A Água Santa Tur está em fase de conclusão de trabalho. Vai haver instalação de decks para os turistas e outras estruturas que foram montadas, atendendo às legislações e autorizações necessárias, bem como um sistema de vendas de acesso para atender à exigência da capacidade máxima do local. O empreendimento está previsto para ser lançado oficialmente até junho deste ano. “Nesse ramo, é tudo muito colaborativo. A gente depende da hotelaria, do setor de alimentação, dos guias que ajudam a conservar e orientar os turistas. Além disso, queremos trabalhar com a conscientização sobre a natureza”, contou Eduardo.

Roberto Roque, o Beto, decidiu entrar nesse negócio do ecoturismo há mais de 20 anos, quando foi para a Fazenda Igrejinha, em Rio Verde de Mato Grosso. “Tenho mais de 20 anos e confesso que acabei me antecipando um pouco (risos). Mas eu percebo que agora o horizonte é infinito quando a gente fala dessa visitação dos turistas. A pecuária, que era mais presente aqui, estou mantendo por paixão, e a visitação é que mais tem movimentado”, identificou.

Na Fazenda Igrejinha, por exemplo, é possível realizar trilha ecológica, acessar mirantes, descobrir frutos do Cerrado, entender mais sobre como é a região de transição com o Pantanal – a propriedade rural fica em um ponto os biomas encontram-se -, ouvir os silêncios da noite, só com barulho do vento e pequenos animais. “Percebo pelas visitas que as pessoas querem viajar e ter uma experiência, entender o que a região oferece, que tipo de comida típica existe, ouvir histórias locais. Meus visitantes buscam isso.”

Para atender a essa demanda que vem crescendo, Beto passou a contar com uma ecopousada que recebe até 25 pessoas por dia. Está adaptando um ônibus que vai servir de acomodação e já tem uma Kombi que virou casa. A comercialização dos pacotes oferecidos é feita pela internet, com as redes sociais no perfil Fazenda Igrejinha Ecoturismo MS.

“A bioeconomia faz parte desse trabalho aqui. Temos o desenvolvimento de óleos essenciais, usamos a castanha de baru. Montei um apiário para poder ainda ter o mel próprio da Igrejinha, recebo pesquisadores, faço parcerias para pesquisa e tenho projeto com escolas públicas para visitação gratuita com o Escola na Trilha. Já temos catalogado plantas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e tenho o projeto de promover a gastronomia do Cerrado aqui. Estou pesquisando sobre os créditos de carbono. Oferecemos o passeio a cavalo, rapel e o banho de riacho também”, detalhou o empreendedor sobre suas iniciativas.

Como referência estadual, nacional e internacional, a cidade de Bonito está inserida no destino de turistas que buscam o ecoturismo. Com 10 anos nesse setor, Gustavo Diniz Romeiro trocou a área financeira para atuar na Agência de Turismo Surucuá e apontou que o crescimento vem de quatro anos para cá.

“Primeiro veio meu sogro, que abriu uma pousada. Depois ele chamou minha esposa e eu. A gente notou que depois da pandemia (2020), as pessoas passaram a escolher opções de viagem com menos visitantes. Só em Bonito a gente tem 55 atrativos, e trabalho também com Jardim, Bodoquena e o Pantanal. Pessoal da região de Nobres (MT) e do interior de São Paulo, em Brotas, já veio aqui em Bonito para conhecer nosso modelo de voucher digital. Temos hoje mais de 90% de aprovação dos turistas”, relatou.

Abismo Anhumas em Bonito. Créditos: Reprodução/Instagram

Felipe Dias Soares Scott atua com o Abismo Anhumas, que passou por restruturação nos últimos anos para permitir que diferentes públicos, mesmo que tenham dificuldade de locomoção, consigam visitar o local, que tem 23 andares abaixo da terra. “Houve uma valorização pela procura da natureza, principalmente depois de 2020. E é preciso ter junto à visita um storytelling para criar diferencial. Além disso, para 2025 a gente já notou que o estrangeiro está voltando a visitar os destinos.”

Além das atividades de conservação, que são necessárias para manter os destinos, a geração de renda pelo ecoturismo é maior que o próprio negócio. Na Água Santa Tur, há parceria com 20 guias de Costa Rica, dois funcionários próprios, contratação de equipes que têm engenheiro florestal e civil. Em Rio Verde de MT, a Igrejinha funciona com Beto, a esposa Lúcia, além dos filhos Miguel e Gabriel. Mas o negócio também atua em conjunto a outros empreendimentos que ficam na cidade, incluindo a contratação de temporários para dias com mais demanda de visitas. Já em Bonito, só no atrativo Abismo Anhumas, são 20 colaboradores diretos, além de outros 60 indiretos.

Apoio ao empreendedor

O Sebrae/MS tem atuação direta com diferentes projetos e consultorias para potencializar ideias de negócio engajadas no ecoturismo. Só em 2024, foram mais de 80 empreendedores, de cidades como Bonito, Aquidauana, Corumbá, Jardim, Bodoquena, Rio Verde de MT, Costa Rica, que estiveram envolvidos em diferentes capacitações para aproveitarem tendências no turismo agora em 2025.

O gerente da Regional Oeste do Sebrae/MS, Matheus Oliveira, reforçou que esse setor do ecoturismo exige capacitações constantes e integração com feiras e eventos para entender as demandas e conseguir atender um nível de exigência do visitante, que acaba sendo cada vez mais alto. “Buscamos auxiliar os empresários a se estruturarem, visualizarem como querem transformar os destinos turísticos, terem apropriação de pertencimento e oferecer um atendimento de maior qualidade para os visitantes.”

Mais informações sobre o trabalho do Sebrae para fomentar o ecoturismo podem ser obtidas por meio do número 0800 570 0800 ou pelo site ms.agencia.sebrae.com.br.

  • Fonte: Assessoria Sebrae/MS

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