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A internet foi tomada nos últimos dias por um tema polêmico: as bonecas reborn. O debate sobre esses bonecos ultrarrealistas, que imitam bebês recém-nascidos, ganhou novos contornos com casos inusitados – como o de supostos “pais” disputando a guarda da boneca na Justiça ou a exigência de atendimento prioritário em filas por parte de pessoas que carregam os bonecos no colo, alegando status de “mãe”.

A repercussão tem dividido opiniões nas redes sociais e motivado a apresentação de projetos de lei em diferentes esferas do Legislativo, apesar de nenhuma proposta ter sido protocolada no Congresso Nacional até o momento. As iniciativas mais recentes surgiram em câmaras municipais e assembleias estaduais, tratando o tema sob perspectivas como saúde mental, uso de recursos públicos e reconhecimento simbólico.

Em Mato Grosso do Sul, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) apresentou o Projeto de Lei nº 125/2025, que proíbe a utilização de serviços públicos estaduais essenciais – como saúde, filas preferenciais e vagas de estacionamento – para atendimento a bonecas reborn ou objetos inanimados semelhantes.

(Foto: reprodução/assessoria do deputado)

Segundo Catan, é inaceitável que o sistema público, que já enfrenta dificuldades no atendimento à população, seja utilizado para prestar serviços a bonecas. “O SUS existe para atender vidas humanas, e episódios assim revelam o quanto precisamos reforçar critérios, capacitação e, sobretudo, acolhimento adequado para casos de saúde mental. Mas não podemos permitir que o absurdo se torne rotina”.

O texto do projeto estabelece que será vedado o uso de atendimentos preferenciais, filas prioritárias, vagas de estacionamento e demais benefícios públicos destinados a pessoas com direito à prioridade, quando a justificativa envolver vínculo com bonecas reborn ou objetos similares.

Para o deputado, alguns casos, o vínculo com os bonecos pode estar associado a quadros de luto ou transtornos psicológicos. “Não podemos permitir que atitudes incompatíveis com a racionalidade do serviço público comprometam ainda mais quem realmente precisa dele, os seres humanos, é claro”.

A proposta prevê multa equivalente a dez vezes o valor estimado do serviço público indevidamente solicitado. O infrator também poderá ser encaminhado compulsoriamente para avaliação em programas de saúde mental do Estado. Os recursos arrecadados com as multas deverão ser destinados ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.

O projeto agora segue para análise na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

  • Foto: Reprodução/TV Globo

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