Com estreia da brasileira Gabi Moura.
O Victoria’s Secret Fashion Show 2025, em Nova York, fez sua segunda transmissão após o hiato de seis anos, e posso dizer que o glamour, com todas as suas camadas, está de volta. Vou te levar comigo por essa narrativa, quem brilhou, quem faltou, e o que vimos dos bastidores.
Desde os bastidores, toda a montagem do espetáculo era ambiciosa. O casting foi selecionado por um comitê interno da Victoria’s Secret, sob a direção criativa de Adam Selman. Ele, junto à equipe de casting e marketing, buscou um equilíbrio entre ícones consagrados e nomes emergentes. Entre os responsáveis por traduzir essa ideia para a cena: Carlyne Cerf de Dudzeele como stylist da noite; no movimento, Charm La’Donna; Jawara Wauchope cuidou dos cabelos; e Dame Pat McGrath da maquiagem.
E no casting brasileiro? Confirmadas estão Adriana Lima e Alessandra Ambrosio, duas musas eternas da marca; além delas, nomes novos como Daiane Sodré abraçam o desafio. Alguns esperavam também Valentina Sampaio, cuja relação com a marca já é histórica, mas ela acabou não entrando no lineup final.
No tapete rosa e nas primeiras entrevistas que precederam o espetáculo, destaque para Sarah Jessica Parker, uma celebridade com pedigree fashion. E não menos impactante: Dylan Sprouse apareceu para prestigiar sua esposa, Barbara Palvin, que desfilaria mais tarde.
Após os momentos de entrevistas e glamour, veio a famigerada abertura, e foi de arrepiar: trailer, luzes acesas, fumaça leve, música que reverberou no espaço antes mesmo da primeira modelo surgir.
1º ato – dourado + rosa claro
O primeiro ato começou com força simbólica: Jasmine Tookes, grávida, abriu o segmento com elegância, exibindo sua silhueta e a beleza da maternidade em dourado. Em seguida vieram as “angels antigas”: Adriana Lima, Alessandra Ambrosio e Candice Swanepoel, desfilando juntas, quase como contos de memória que se reencontram.
Ainda nesse ato, a primeira performance musical da noite foi de Madison Beer. Ela cantou, flutuou no palco e encerrou sua apresentação caminhando pela passarela, incorporando o papel de modelo por alguns minutos. O segundo segmento do ato transacionou ao rosa claro, e foi aberto por Gigi Hadid, que trouxe suavidade e presença maternal à cena antes de iniciar sua sequência de looks.
2º ato – universo PINK
O segundo ato mergulhou no universo PINK, o lado “fun” e esportivo da marca. Ali, a lingerie dá espaço para moletom, fitwear, bolsas e biquínis: peças que reforçam que não se trata só de sensualidade, mas de estilo de vida. Modelos circularam entre roupas íntimas e itens de uso cotidiano, num passe visual-mode de “lounge meets runway”.
Um grande marco foi a estreia de Gabi Moura, tiktoker brasileira, que brilhou na passarela.
3º ato – vermelho e impacto
No terceiro ato, o palco explodiu em vermelho. A estrela foi Karol G, que fez uma performance potente de suas músicas (“Ivónny Bonita”, “Latina Forever”) e encerrou sua apresentação vestindo asas, caminhando como Angel.
Nesse ato ousado, vi até uma modelo desfilando de tanguinha fio dental, quebrando qualquer noção de moderação no universo VS, foi vulgar com audácia com controle.
4º ato – pôr do sol em flores e cinza
O quarto ato foi uma pausa estética: sem performances musicais, ele foi batizado por tons de por do sol, flores e cinza. Mesmo sem voz ao vivo, o momento foi orquestrado. Abriu com a música “Toxic”, de Britney Spears, uma escolha nostálgica e potente.
5º ato – pretos elegantes
No quinto ato, menos luz, mais mistério: lingeries pretas dominaram a passarela. Não houve performance musical ali, era o momento de deixar a silhueta falar, o design e a feminilidade crua assumirem a cena.
6º ato – o grande final com Missy Elliott
O sexto ato foi quando brilhou Missy Elliott, que entregou um medley arrebatador de seus clássicos (“Lose Control”, “Get Ur Freak On”, “Work It”) com coreografia forte e presença arrebatadora.
E para encerrar com chave de ouro? Todas as modelos, juntas, desfilaram uma última volta, pela icônica passarela rosa brilhosa, numa despedida que parecia bendizer a noite. As luzes diminuíram, o público aplaudiu, e ali ficou a sensação de que presenciamos algo que vai além de lingerie: uma celebração da mulher em sua complexidade.
Transmissão e audiência
O espetáculo foi transmitido ao vivo via YouTube, Prime Video, Amazon Live, além dos canais oficiais da marca nas redes (Instagram, TikTok).
Estima-se que mais de 2,5 milhões de pessoas assistiram ao show simultaneamente só no YouTube, um número que evidencia o poder digital da marca. Mesmo que os dados exatos por plataforma não tenham sido totalmente divulgados, o impacto ficou claro nas redes sociais e nas estatísticas da marca logo após o evento.
Destaques da noite
Se eu tivesse de eleger os momentos inesquecíveis:
- A performance de Karol G, que mesclou música e desfile com descaramento e encanto;
- Presença de Gabi Moura, nossa novata brasileira;
- Uso estratégico das angels antigas e novas gerações lado a lado, trazendo tensão entre tradição e renovação;
- A música “Toxic” abrindo o quarto ato, um pacto entre passado e presente feminino;
- E, claro, a despedida coletiva sobre o chão rosa, que fez o momento parecer rito de passagem.
Sim, algumas ausências do casting ainda me incomodam, modelos que teriam legitimidade para estar ali, como Tyra Baks e Heidi Klum, mas esse VS 2025 foi uma ode ao espetáculo. A marca insistiu em dizer: “estamos de volta, com pluralidade e arrojo.” A passarela voltou, e veio para seduzir, debater e desfilar sonhos.
