“Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos”
(II Corintios 5:7)
A essência da Fé é acreditar sem ver.
A fé, para muitos é algo inexplicável e para alguns até incoerente, porque ela extrapola a nossa maneira de ver as coisas.
Aliás, ao contrário do texto que acima o artigo de hoje, nós vivemos pelo que vemos e nossas ações são, quase sempre, fundamentadas em nossa visão ou pelo menos na nossa forma de ver as coisas e a situação.
Aqui, pois, entra o lado extraordinário da Fé. Ela nos faz “ver” o invisível e agir confiantes de que acontecerá, ainda que seja imponderável do nosso ponto de vista.
Muitas vezes deixamos de andar por fé, porque precisamos ver antes, às vezes até dominar bem o tema, ou assegurar de que as coisas estejam sempre sob controle.
Quando não se consegue ver, muitos tem dificuldade de crer.
Aqui, mais uma vez, entra a fé. Ela não se atenta à materialidade da realidade, especialmente no aspecto da temporalidade, mas de alguma forma a fé faz haver atenção nas coisas ainda não temporais ou materiais, mas que é já realidade, embora ainda não palpável ou experimentada.
A fé, nesse contexto, lembrando Hebreus 11, que é a melhor definição de fé “…é a certeza daquilo que se espera, a convicção de realidades invisíveis aos olhos naturais”
Andar por fé, não significa andar às cegas, mas andar com o olhar próprio da fé.
A fé enxerga longe, muito longe, na verdade a fé é uma forma de visão, quando se olha com olhos espirituais e se vive na perspectiva espiritual.
Neste sentido, provavelmente é que o apóstolo Paulo diz:
“ Não atentando nós nas coisas que se veem; mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que não se não veem são eternas” – 2 Coríntios 4:18
Quando não se anda por fé e por mais que a pessoa tenha um extraordinário conhecimento e uma ampla inteligência, a pessoa não consegue enxergar o invisível aos olhos humanos. A fé, como já vimos em um dos nossos artigos, é por natureza, transcendental.
A fé nos permite discernir o reino espiritual e as ações de Deus em nossas vidas, mesmo quando não são imediatamente visíveis aos olhos físicos.
Um curioso estudo de caso sobre andar pela fé e acreditar sem ver, está no episódio envolvendo o apóstolo Tomé.
Ele, depressivo após a morte de Jesus e olhando somente com os olhos da circunstância, que era de dor e luto, nem quis ir ao encontro semanal dos Apóstolos.
Na semana seguinte, resolveu ir e recebeu a impactante notícia de que Jesus ressuscitara e inclusive aparecera entre eles na semana anterior.
“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (João 20:24,25)
Tomé era dos tais que só creem, se veem.
O texto subsequente diz que Jesus novamente apareceu e lhe disse:
“Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” (João 20:27)
E Jesus conclui seu vívido ensinamento a Tomé, dizendo a ele, mas alcançando todos os que tem dificuldade de viver pela fé, e não pelo que veem, pensam, sentem, ou fazem:
“Disse-lhe Jesus: porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29)
Concluo
Há muitos Tomés por ai à fora. Precisam ver para crer.
Não exercem e por conseguinte, não vivem a bênção e a beleza de enxergar com as lentes da fé.
Fé é a forma de visão dos que confiam e esperam em Deus.
Que Ele mesmo nos abençoe e nos ajude a ter fé!