O ano de 2025 marca o início da geração Beta. Com um perfil ainda em formação, a nova geração promete transformar as dinâmicas sociais e profissionais. Segundo Marcelo Treff, especialista em gestão de carreira e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), a principal característica será a indistinção entre o real e o virtual, com forte conexão com inteligência artificial e tecnologias digitais.
“Desde cedo, essa geração será inserida em um mundo no qual a linha entre o físico e o digital se tornará cada vez mais tênue, impactando não apenas as relações sociais, mas também o comportamento e a forma de interação no trabalho”, diz Treff.
Segundo ele, a imersão no universo digital e o uso de inteligência artificial serão centrais na vida da geração Beta, influenciando diretamente as relações profissionais, os valores e o comportamento.
“Estamos falando de uma geração que crescerá com a realidade aumentada e a inteligência artificial como parte do desenvolvimento”, afirma. “Esses aspectos vão moldar não só as relações interpessoais, mas também a maneira como percebem o mundo.”
Impacto no mercado de trabalho
Treff avalia que as empresas precisarão se adaptar a uma nova visão sobre a relação de trabalho. A geração Beta trará mudanças na forma de encarar a ética profissional e as expectativas no ambiente corporativo.
Por outro lado, o professor aponta desafios, como o aumento de conflitos geracionais e o distanciamento nas interações presenciais. Assim como a geração Z, a Beta tende a preferir relações menos presenciais, o que pode afetar a construção de vínculos profissionais mais profundos.
Adaptação das empresas
O professor alerta que muitas empresas ainda estão se ajustando à geração Z e que a chegada da Beta pode representar um novo desafio. “Com a convivência intergeracional cada vez mais comum no ambiente de trabalho, todos terão muito a aprender com as novas gerações, e vice-versa”, afirma.
Embora ainda seja cedo para prever todos os impactos, Treff acredita que as empresas devem se preparar para incorporar novas tecnologias, principalmente a inteligência artificial, que terá papel central no trabalho. Para as gerações mais experientes, recomenda a troca de saberes, aproveitando a familiaridade das novas gerações com tecnologia e compartilhando experiência e trajetória profissional.
“Estar aberto ao aprendizado intergeracional e valorizar a inserção da inteligência artificial nas operações será essencial para aproveitar o melhor de cada geração”, conclui.
- Com informações da assessora – foto de capa: freepik