Participar da abertura da NRF 2025 foi como assistir ao início de um novo capítulo para o varejo global. A inteligência artificial não é mais apenas uma tendência, ela se consolidou como o grande divisor de águas que está remodelando a forma como as empresas operam, se conectam e entregam valor aos consumidores. Ao ouvir John Furner, do Walmart, e Azita Martin, da NVIDIA, ficou evidente que estamos vivendo uma revolução. O equilíbrio entre a eficiência da tecnologia e o toque humano será o verdadeiro diferencial nesta nova era.
Os exemplos apresentados por Azita foram fascinantes. Ver como a IA já está sendo aplicada de maneira prática, desde gêmeos digitais que simulam e otimizam layouts de lojas até assistentes virtuais que replicam os melhores vendedores 24 horas por dia, me fez refletir sobre o imenso potencial que ainda temos para explorar. Mas o ponto que mais me impactou foi sua visão de que a IA deve ser uma ferramenta que empodera os seres humanos, liberando-os para focar em tarefas criativas e estratégicas, e não uma tecnologia que os substitui. Essa ideia de “humanos aumentados pela tecnologia” me parece ser o caminho ideal para criar empresas mais inovadoras, ágeis e resilientes.
A personalização como novo padrão do varejo. Um dos momentos mais marcantes da apresentação foi quando Azita destacou como a IA está transformando a personalização no varejo. Ferramentas como o Picasso, da NVIDIA, estão permitindo que marcas criem conteúdos visualmente ricos e altamente personalizados em escala. Um exemplo inspirador foi o da L’Oréal, que utilizou modelos 3D de seus produtos para criar anúncios criativos e personalizados, aumentando significativamente o engajamento dos consumidores. Isso me fez pensar: estamos realmente explorando todo o potencial da IA para criar experiências únicas e memoráveis para os nossos clientes?
Hoje, a personalização não é mais um diferencial é uma expectativa. Os consumidores desejam interações que sejam rápidas, intuitivas e, acima de tudo, relevantes. Com a IA, podemos recriar a experiência de um vendedor especializado no ambiente digital, conduzindo os clientes diretamente às soluções que atendem suas necessidades. Essa abordagem não só eleva a satisfação do consumidor, mas também otimiza os recursos das empresas, criando uma conexão mais profunda e duradoura com o público.
O impacto humano no centro de tudo. Apesar de todo o entusiasmo em torno da tecnologia, uma parte essencial da mensagem de John Furner ressoou profundamente comigo, o papel humano no varejo nunca será substituído. Ele compartilhou histórias que destacaram como o varejo tem um impacto direto nas comunidades. Por exemplo, o Walmart disponibilizou seus espaços para abrigar pessoas afetadas por desastres naturais, mostrando que o varejo vai muito além das transações comerciais. Essa perspectiva reforça a responsabilidade que temos como líderes empresariais de usar nossa influência para criar mudanças positivas e significativas.
Em tempos de desafios como mudanças climáticas, inflação e desigualdades crescentes, é fundamental lembrar que, além de gerar resultados financeiros, nossas empresas devem desempenhar um papel social. A tecnologia pode otimizar processos, mas cabe a nós, líderes, garantir que ela seja usada para criar impacto humano.
Parcerias e o futuro do varejo. Outro ponto de destaque foi a colaboração entre o Walmart e a NVIDIA. Essa parceria é um exemplo poderoso de como a tecnologia pode ser usada estrategicamente para resolver problemas complexos, como previsões mais precisas e a otimização da cadeia de suprimentos. Para mim, essa é uma lição valiosa, quando unimos forças com empresas inovadoras, criamos uma sinergia que acelera nossa transformação digital e nos mantém competitivos em um mercado em constante evolução.
Encerrando sua apresentação, Azita trouxe um desafio que me fez refletir profundamente: “Não se intimidem com a IA. Comecem a utilizá-la. Quem dominar essa tecnologia terá uma vantagem competitiva significativa.” Esse é o chamado à ação que nós, como empreendedores e líderes, precisamos atender. A revolução tecnológica já começou, e cabe a nós adotá-la agora, enquanto as oportunidades ainda estão se desenhando.
Uma nova era já começou. A NRF 2025 deixou claro que estamos vivendo uma era de transformação profunda no varejo. A inteligência artificial está redefinindo não apenas nossas operações, mas também o modo como nos conectamos com os consumidores e criamos valor. No entanto, o verdadeiro diferencial não estará apenas na tecnologia em si, mas na maneira como a utilizamos para potencializar o que há de mais humano em nossos negócios.
Como líderes, temos o dever de nos adaptar, aprender e adotar essa tecnologia para construir um futuro mais inovador, eficiente e empático. E, mais importante, precisamos garantir que, enquanto usamos a IA para impulsionar nossas empresas, nunca percamos de vista o impacto humano que podemos e devemos criar. Afinal, no coração do varejo, sempre estará a conexão humana.
DIJAN DE BARROS
NRF2025