Você pode vender muito e, mesmo assim, não ganhar dinheiro. Isso acontece quando o empreendedor não entende bem a diferença entre markup e margem — dois conceitos simples, mas que mudam completamente o rumo de um negócio.
O markup mostra quanto o preço do seu produto está acima do custo de produção. É o multiplicador que você usa para formar o preço de venda. Por exemplo: se produzir uma camiseta te custa R$100 e você aplica um markup de 2, vai vender por R$200. Mas atenção: isso não quer dizer que seu lucro será R$100.
A margem é o que realmente sobra depois de pagar os custos. E ela tem vários níveis:
• Margem bruta: o que sobra quando você tira apenas o custo de fabricação.
• Margem operacional: o que sobra depois de tirar, além da fabricação, as despesas da empresa — como salários, marketing, aluguel e energia.
• Margem líquida: o resultado final, depois de descontar impostos, juros e todas as obrigações financeiras. É o dinheiro que realmente fica no caixa.
Entender isso é essencial tanto para quem vende no balcão quanto para quem opera um e-commerce ou aplicativo. Um negócio saudável é aquele que conhece suas margens e toma decisões com base nelas — e não apenas no volume de vendas.
Se o produto vende bem, mas sua margem está apertada, talvez o problema não esteja no preço, mas nos custos ou na estratégia. Às vezes, ajustar um processo interno vale mais do que tentar vender o dobro.
Empreender é sobre ter propósito, mas também é sobre ter controle. Quando você domina o conceito de margem, começa a enxergar o negócio com clareza: entende o quanto ganha, o quanto custa e o quanto realmente vale o seu esforço.
No fim, lucro não é o que entra — é o que fica. E isso é o que transforma uma boa ideia em um negócio sustentável.