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Participar do painel “How Do Stores Compete in a World of Same-Day Super Speed?” foi uma experiência profundamente reveladora. As reflexões de Lee Peterson me fizeram enxergar o futuro do varejo físico com mais clareza e propósito. Ficou evidente que as lojas físicas não podem e não devem competir com a velocidade do e commerce. O verdadeiro valor das lojas está em sua capacidade de oferecer algo que o digital jamais poderá substituir experiências emocionais e sensoriais que criam conexões genuínas.

Um dos maiores aprendizados desse painel foi entender que competir em velocidade com o e-commerce é uma estratégia equivocada. Como Peterson destacou, o ecommerce é uma ferramenta tática, enquanto as lojas físicas têm o potencial de serem emocionais. Essa distinção é fundamental para guiar nossas decisões estratégicas no varejo. O tempo, que muitas vezes é visto como um inimigo das lojas físicas, pode ser transformado em um aliado quando criamos espaços que entregam valor por meio de qualidade, conexão humana e exclusividade.

Os dados apresentados no painel foram contundentes, 79% dos consumidores afirmaram que comprar em lojas físicas demanda muito tempo e esforço. Além disso, outros fatores, como a má qualidade do atendimento, lojas desorganizadas e checkouts lentos, continuam sendo barreiras significativas. Isso me levou a refletir sobre como ainda negligenciamos os fundamentos básicos do varejo. Lojas bem projetadas, limpas, organizadas e com funcionários treinados não são diferenciais, mas pré-requisitos para sermos competitivos. Contudo, melhorar o básico não é suficiente. Precisamos repensar o papel das lojas no ecossistema varejista de forma ampla e estratégica.

A introdução do conceito de “Slow Retail” foi um dos pontos mais inspiradores do painel. Assim como o movimento “Slow Food” propõe uma resposta à cultura do fast food, o “Slow Retail” sugere que as lojas desacelerem para entregar mais qualidade e exclusividade. A ideia é transformar as lojas em destinos onde o consumidor possa viver experiências únicas, com design diferenciado, produtos exclusivos e interações humanas autênticas. Exemplos como a Yeti, em Austin, mostram como o design, aliado a uma narrativa forte, pode transformar lojas em verdadeiros pontos de conexão emocional. Da mesma forma, a rede Ace Hardware demonstra que um atendimento personalizado e bem-informado continua sendo um diferencial competitivo que nenhuma tecnologia pode substituir.

Outro dado que chamou minha atenção foi o crescimento do “localismo”. O fato de 88% dos consumidores preferirem comprar em lojas locais mostra que existe um movimento poderoso em direção à valorização das comunidades. Esse dado representa uma oportunidade para os varejistas repensarem sua presença física, criando lojas menores, conectadas às comunidades e que reflitam a identidade local. O desafio, nesse contexto, é equilibrar a eficiência do digital com o encanto do físico, oferecendo experiências que atraiam e retenham os consumidores.

Esse painel também trouxe uma lição valiosa sobre o papel complementar do ecommerce e das lojas físicas. Enquanto o digital é rápido e prático, as lojas devem ser acolhedoras e inesquecíveis. O futuro do varejo está em usar a tecnologia para potencializar o toque humano, criando uma integração harmoniosa entre os dois mundos. O diferencial das lojas físicas será sempre sua capacidade de oferecer conexão humana e experiências que toquem o coração dos consumidores.

Ao final dessa experiência, ficaram claras as perguntas que todos nós, no varejo, precisamos fazer para transformar nossas empresas: Como podemos transformar nossas lojas em destinos únicos e memoráveis?Estamos treinando nossas equipes para criar conexões emocionais com os consumidores? Quais produtos exclusivos podemos disponibilizar apenas nas lojas físicas? Nossas lojas refletem os valores e a identidade das comunidades onde estão inseridas? E, por fim, como equilibramos tecnologia e interação humana para criar uma experiência omnichannel atrativa e coesa?

Essa reflexão foi mais do que um exercício estratégico, foi um chamado à ação. O varejo físico precisa se reinventar para prosperar em um mundo cada vez mais digital e acelerado. As lojas do futuro serão muito mais do que pontos de venda, serão destinos, espaços de conexão e geradoras de memórias inesquecíveis. Investir em design, exclusividade, treinamento de equipes e localismo não é apenas uma estratégia de sucesso, mas uma forma de tornar o varejo físico relevante e vibrante novamente. Em um mercado saturado de opções digitais, o toque humano será o diferencial que colocará as lojas físicas no centro das grandes experiências de marca.

DIJAN DE BARROS
NRF2025

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Os artigos publicados são de responsabilidade dos colunistas e não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Total News

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Dijan de Barros

Empreendedor, Consultor Especialista em Marketing, Negociação & Vendas, Personal Professional Coach e Palestrante. É Diretor Regional da Construtora Saraiva de Rezende, fundador do projeto Café com Negócios, fundador do portal TEX Educação, organizador do Tedx Carandá, apresentador do programa Visão de Negócios na Morena FM, apresentador do Podcast com Negócios, Coordenador da Pós Graduação em Gestão de Negócios, Inovação e Liderança na Faculdade INSTED, e tem a empresa Dijan de Barros Gestão & Negócios. | @dijanbarros
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