Chega dezembro e somos naturalmente convidados a olhar para trás e para frente ao mesmo tempo. Avaliamos o que funcionou, o que doeu, o que nos transformou e o que ainda pulsa como desejo. Olhamos para o calendário e lembramos que tempo é escolha e que cada escolha desenha um pedaço da nossa história.
Mas planejar o futuro nunca foi tão desafiador.
O mundo que antes chamávamos de VUCA: volátil, incerto, complexo e ambíguo, agora também é BANI: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. São nomenclaturas que apenas tentam traduzir uma sensação que todos já conhecemos: não há mais mapas prontos.
E está tudo bem.
Porque se não temos garantias, ganhamos liberdade.
Se nada é totalmente previsível, tudo se torna possível.
O medo do desemprego e das mudanças muitas vezes nos paralisa. Mas, ao mesmo tempo, nunca houve tantas necessidades humanas pedindo soluções. Saúde mental, sustentabilidade, cuidado com o idoso, educação contínua, tecnologia para simplificar a vida… o mundo está cheio de problemas que chamam pelo nosso talento.
Ou seja: “Há oportunidade onde houver alguém precisando de algo que você pode oferecer.”
E aí surge a pergunta essencial neste fim de ano: Como planejar um futuro real em um mundo imprevisível?
Algumas reflexões podem ajudar:
— Planejar com propósito, agir com flexibilidade.
Planos rígidos quebram. Propósitos sustentam.
O “como” pode mudar, o “por quê” mantém você em movimento.
— Olhar para dentro antes de olhar para o mercado.
Quais ideias não te deixam dormir?
O que, quando você faz, parece que o tempo voa?
Reconhecer seus melhores estados é encontrar pistas do caminho.
— Começar pequeno, mas começar.
Grandes projetos nascem de ações mínimas, repetidas.
O futuro não se constrói no dia 1º de janeiro. Ele começa hoje.
— Se permitir errar e ajustar.
Errar, neste mundo, não é falha: é feedback.
Quem não se move para não errar também não acerta.
— Cuidar de si como parte do planejamento.
Você é o principal recurso do seu projeto de vida.
Cansaço crônico não produz futuro.
O ano que chega não precisa ser uma corrida por metas inalcançáveis.
Pode ser apenas um ano que te caiba.
Com escolhas que reflitam quem você está se tornando, não quem você foi obrigado a ser.
Planejar a vida e os negócio não é controlar o futuro.
É criar condições para reconhecer as oportunidades quando elas aparecerem.
E elas vão aparecer.
Porque há espaço demais para boas ideias.
Porque há demandas demais no mundo real.
Porque há pessoas demais precisando do que você pode construir.
Que 2026, ou qualquer ano que venha, não seja sobre pressa, mas sobre presença.
Que seja sobre sentido, e não sobre acúmulo.
Que seja sobre o que importa: o humano, o possível, o novo.
No fim, projetos de vida e de negócios não são promessas para o futuro.
São declarações de quem você escolhe ser agora.
E isso, sim, muda tudo.













