2025 termina como um ano que não apenas fechou ciclos, mas também expôs algo essencial: estamos entrando em uma fase da história em que o futuro corre mais rápido do que nossas certezas. O trabalho muda, os negócios se transformam, a tecnologia avança em saltos, mas o que realmente decide quem prospera continua sendo profundamente humano.
Os gráficos de projeções recentes mostram isso de forma clara: cresce a demanda por tudo que envolve dados, inteligência artificial, software, segurança digital, automação, energia limpa. Ao mesmo tempo, profissões ligadas a tarefas repetitivas, operacionais e previsíveis perdem espaço. O digital se expande, mas o que realmente gera valor continua sendo o repertório humano: a capacidade de pensar, interpretar, criar, se relacionar e decidir.
O futuro do trabalho não é apenas técnico. Ele é cognitivo, emocional e ético.
E isso ficou simbolicamente claro em uma cena que vivi hoje na estrada. Todos os carros pararam. Um rapaz em uma moto, de chinelo nos pés, fez um gesto simples com a mão para interromper o fluxo, incluindo os carros velozes e sofisticados que existem hoje. O motivo? Um bicho-preguiça atravessava lentamente a pista. Ele desceu da moto, foi até o animal e o conduziu em segurança. Enquanto isso, diversas pessoas sacavam seus celulares para registrar aquele momento raro: tecnologia em pausa para a vida passar.
A cena é um retrato perfeito do nosso tempo.
Vivemos cercados por máquinas inteligentes, algoritmos poderosos e negócios digitais em escala global. Mas ainda somos nós que decidimos quando parar, quando proteger, quando priorizar o que importa. O futuro não é apenas sobre velocidade, é sobre discernimento.
Para o empreendedor, isso muda tudo.
Pequenos negócios não competirão com grandes plataformas em infraestrutura tecnológica, mas podem vencer em algo que nenhuma IA substitui: entendimento profundo de gente.
Grandes empresas digitais, por sua vez, só continuarão relevantes se não esquecerem que, por trás de cada dado existe uma pessoa real, com desejos, limites e expectativas.
2026 não será o ano de quem tiver apenas a melhor tecnologia.
Será o ano de quem tiver o melhor repertório humano para usá-la.
Empreender, daqui para frente, exigirá mais do que eficiência. Exigirá visão, empatia, leitura de contexto e capacidade de antecipar movimentos, exatamente o que o foresight nos ensina: observar sinais fracos hoje para tomar decisões melhores amanhã.
Aquele rapaz da moto não tinha um algoritmo. Tinha consciência.
O carro veloz de marca não tinha dúvida. Tinha que obedecer ao humano.
Talvez esse seja o verdadeiro desenho do futuro: tecnologia potente, sim, mas subordinada ao que faz sentido.
Entramos em 2026, não buscando apenas sucesso.
Buscamos repertório de desejo: projetos que caibam na vida que queremos viver, negócios que resolvam problemas reais, carreiras que integrem inteligência e humanidade.
Se 2025 nos ensinou algo, é que mudar não é mais opção.
Mas escolher como mudamos… isso continua sendo profundamente humano.
E é aí que mora a nossa maior vantagem.
Um excelente 2026 a todos.












