O Fórum de Bioenergia do Mato Grosso do Sul foi uma experiência transformadora, reafirmando a posição do estado como protagonista no cenário global de transição energética. Desde o primeiro painel, ficou evidente que Mato Grosso do Sul não apenas acompanha as tendências, mas lidera um movimento em direção a um futuro mais sustentável e inovador. Com 94% da sua energia proveniente de fontes limpas, o estado se destaca como um exemplo de como aproveitar recursos naturais de forma estratégica e eficiente, transformando-os em oportunidades globais.
As contribuições do secretário Jaime Verruck foram particularmente marcantes. Ele destacou que, apesar de já termos avançado significativamente na transição energética, ainda há desafios como a certificação de projetos e a melhoria da infraestrutura. Sua visão sobre o uso do bagaço de cana, biometano e resíduos das indústrias de celulose para geração de energia mostra como políticas públicas bem estruturadas podem transformar recursos locais em potências econômicas.
Entre os dados apresentados, o diretor da Eldorado Brasil Celulose, Jozebio Gomes, trouxe insights impressionantes. Ele revelou que o setor de celulose pode gerar um volume de bioeletricidade equivalente a 3,8 vezes a capacidade da Usina Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias (Jupiá). Com a produção anual de 16 milhões de toneladas de celulose, cerca de 3 milhões de megawatts serão exportados, abastecendo 3,5 milhões de pessoas. A utilização de biomassa residual, como tocos de eucalipto, pode ampliar ainda mais esse potencial para 8 milhões de megawatts por ano. Esse volume extraordinário de bioenergia consolida o estado como uma força energética global.
O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, enfatizou o papel da inovação tecnológica. Projetos como o combustível de aviação verde (SAF) e o biocombustível para navios são exemplos de como a indústria local está alinhada com as demandas globais. A previsão de avanços em biometano e o aumento da mistura de etanol na gasolina mostram que o estado não é apenas reativo, mas está moldando o futuro da bioenergia, abraçando soluções sustentáveis e criando oportunidades.
Outro ponto de destaque foi a exposição de Aurélio Rocha, presidente do Lide MS, que reforçou a viabilidade de Mato Grosso do Sul ser um dos primeiros estados a produzir o SAF. A abundância de recursos como etanol de milho, cana e biomassa, somada à localização estratégica, posiciona o estado como um polo de inovação energética. Esses projetos não apenas prometem transformar o setor, mas também criar um legado sustentável para as próximas gerações.
Minha gratidão por participar desse evento transcende a experiência de aprendizado. Foi uma oportunidade única de testemunhar uma transformação energética que está redefinindo o papel de Mato Grosso do Sul na economia global. Como empreendedor, vejo o Fórum de Bioenergia como um chamado para que exploremos novos mercados, fomentemos soluções sustentáveis e fortaleçamos as bases de um futuro mais verde e promissor. A energia do evento reforçou meu compromisso em contribuir, ainda que apenas como um estagiário, para um diálogo que posiciona nosso estado como referência mundial em bioenergia.