sexta-feira, 27/12/2024, 06:04

audie salgueiro

Há anos a discussão sobre o uso de celulares em escolas, sejam elas públicas ou privadas, ecoam em corredores, sala dos professores, coordenação e direção das escolas em todo o Brasil. 

Entre benefícios e desafios, a temática envolveu uma importante mobilização da sociedade educacional brasileira. Diversas audiências públicas foram realizadas, bem como debates em fóruns de educação, conselhos de educação estaduais e municipais, sindicatos dos professores e de mantenedores. Correntes a favor e contra a proibição ecoaram de forma uníssona no Congresso Nacional, que culminou numa lei que proíbe o uso de aparelhos celulares dentro das escolas.

Será mesmo que a sociedade necessita da força da lei para que o objetivo em promover uma educação de qualidade seja garantida ❓

Com a absoluta certeza, subsidiar e promover a valorização do professor como o agente que irá introduzir a tecnologia de maneira correta, para atingir seus objetivos e garantir uma educação de qualidade seria o melhor caminho. Numa sociedade onde a esmagadora maioria das crianças e adolescentes estão fazendo o uso dos celulares, e que os pais não tem controle dessa regulação, em nome do cansaço acarretado pelo trabalho, estresse do dia, preocupação, entre outras, acabam por terceirizar a responsabilidade do entretenimento para os aparelhos eletrônicos. Crianças fazem suas refeições na frente dos celulares, atravessam a noite em jogos e entretenimento, comprometendo seu rendimento escolar e trazendo malefícios a sua saúde. Essa é uma realidade que deságua nas escolas.

O problema é muito maior do que se apresenta, e os debates a respeito do uso precisam ser ampliados para ajudar os pais nessa regulação. 

Todavia, a Lei deverá ser cumprida a partir de 2025, onde o uso do celular está proibido com algumas ressalvas quanto a utilização. Ao objeto a que se destina, o objetivo será alcançado. O que fica é uma percepção de perda de oportunidade, pois através de campanhas e medidas para empoderar e valorizar aqueles que por ofício tem preconizado a arte em ensinar, obteríamos êxito e resgataríamos a relevância docente ser evidenciada como autoridade e norteadora na condução de uma educação voltada à formação plena do aluno, no âmbito intelectual, emocional, cognitivo e social.

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Audie Salgueiro

Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de MS (Sinepe); Empresário; Conselheiro no Conselho Estadual de Educação de MS; Conselheiro no Conselho Municipal de Educação de Campo Grande.