A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE. No ano, a média foi de 6,6%, a menor da série histórica iniciada em 2012.
Houve queda de 1,2 ponto percentual (p.p.) em relação a 2023, quando a taxa anual foi de 7,8%. O número de pessoas sem trabalho caiu em 1,1 milhão, totalizando 7,4 milhões de desocupados, o menor patamar desde 2014.
A população ocupada atingiu 103,3 milhões de pessoas, um crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior e o maior nível já registrado. O índice de ocupação – percentual de pessoas empregadas na população em idade de trabalhar – também subiu para 58,6%, um ponto percentual acima de 2023.
Crescimento do emprego formal
O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 2,7% em 2024, chegando a 38,7 milhões de pessoas, o maior da série histórica. O contingente de empregados sem carteira também bateu recorde, com alta de 6% e total de 14,2 milhões de trabalhadores.
A taxa de informalidade recuou de 39,2% para 39%, enquanto o total de trabalhadores por conta própria cresceu 1,9%, atingindo 26,1 milhões de pessoas. O número de trabalhadores domésticos, por outro lado, caiu 1,5%, chegando a 6 milhões.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, o crescimento do emprego foi impulsionado pelo setor privado. “Essa expansão ocorreu tanto no trabalho com carteira assinada quanto no sem carteira, refletindo o aumento da ocupação em setores como indústria, serviços prestados às empresas, construção e transporte”, afirmou.
O rendimento médio do trabalhador alcançou R$ 3.225 em 2024, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior. É o maior valor já registrado pela pesquisa, superando o recorde anterior de 2014 (R$ 3.120).
A massa de rendimento real habitual, que representa o total pago aos trabalhadores, atingiu R$ 328,9 bilhões, o maior volume já registrado, com crescimento de 6,5% na comparação anual.
“São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, abrangendo tanto trabalhadores formais quanto informais, o que contribuiu significativamente para o aumento da massa salarial”, destacou Adriana.
Setores que mais empregaram no fim do ano
No último trimestre de 2024, três setores se destacaram na geração de empregos: construção civil (+333 mil trabalhadores), transporte e logística (+283 mil) e alojamento e alimentação (+214 mil). O setor agropecuário foi o único a registrar queda, com redução de 196 mil postos de trabalho.
“O setor de construção já vinha crescendo desde o segundo trimestre, impulsionado por obras e reformas. Já transporte e logística tiveram um avanço importante no fim do ano, impulsionados pelo aumento das compras on-line na Black Friday e no período de festas”, explicou a coordenadora do IBGE.
No acumulado do ano, a indústria, o comércio e os serviços também apresentaram crescimento expressivo, reforçando a tendência de expansão do mercado de trabalho em 2024.
Com informações e imagem da Agência Gov via IBGE