Enquanto a cesta básica ficou mais cara em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Campo Grande foi uma das quatro cidades que registraram redução no valor dos itens essenciais em janeiro. A queda na capital sul-mato-grossense foi de 0,79%, acompanhando a tendência observada em Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%) e Florianópolis (-0,09%).
Apesar da leve redução, o custo da cesta básica na capital segue elevado, com valor médio de R$ 764,24, o que representa cerca de 50% do salário mínimo vigente (R$ 1.518). O estudo do Dieese estima que, para atender todas as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.156,15, valor 4,7 vezes maior que o atual.
São Paulo registrou a cesta básica mais cara do país, custando R$ 851,82, seguida por Florianópolis (R$ 808,75) e Rio de Janeiro (R$ 802,88). No Sul e Sudeste, os valores também se mantiveram elevados em Porto Alegre (R$ 770,63), Curitiba (R$ 743,69) e Vitória (R$ 735,31).
Campo Grande teve um custo intermediário entre as capitais pesquisadas, mas ficou acima de Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03). Já as cestas mais baratas foram identificadas em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).
De acordo com o Dieese, a estabilidade e a leve redução no valor da cesta básica em algumas capitais foram influenciadas pela queda no preço de produtos como batata, leite integral, arroz e feijão preto, que tiveram maior oferta no mercado.
No entanto, outros itens impediram uma redução maior nos preços, como o café em pó, que subiu em todas as capitais no último ano, o pão francês, que teve aumento em 16 das 17 cidades pesquisadas devido à menor oferta de trigo nacional e à necessidade de importação em um cenário de câmbio desvalorizado, e o tomate, que subiu mais de 40% em cidades como Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro devido ao impacto das chuvas.
O levantamento do Dieese, realizado desde 2005, é um dos principais indicadores sobre o impacto da inflação no custo de vida do trabalhador brasileiro. Em dezembro de 2024, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que a renda média do trabalhador no país era de R$ 3.279,00, menos da metade do salário mínimo necessário calculado pelo Dieese para suprir todas as despesas de uma família.
Com informações e imagem da Agência Brasil