O uso excessivo de aparelhos eletrônicos se tornou uma preocupação mundial, especialmente nas salas de aula. Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), a prática tem prejudicado o desempenho dos alunos. No Brasil, oito em cada dez estudantes de 15 anos afirmaram que se distraem com o uso de celulares durante as aulas de matemática. O mesmo indicador foi registrado em países como Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Nova Zelândia e Uruguai.
Para tentar minimizar o problema, uma nova legislação passou a proibir o uso de celulares no ambiente escolar, incluindo salas de aula, recreios e intervalos. A medida atende à Lei nº 15.100/2025, sancionada em janeiro pelo governo federal.
Em Mato Grosso do Sul, a proibição nas escolas da rede estadual foi publicada nesta quinta-feira (6). De acordo com a legislação, a única exceção ocorre em situações pedagógicas, desde que autorizadas pelos professores. O objetivo é reduzir distrações durante as aulas. Caberá às escolas divulgar as normas e aplicar medidas disciplinares em caso de descumprimento.
O secretário de Educação do estado, Hélio Daher, afirmou que a regulamentação detalha a aplicação da Lei Federal e reforça a importância da medida.
“Nós entendemos que é muito importante fazermos um uso mais restrito e até proibitivo em alguns momentos não só do celular, mas de equipamentos eletrônicos que possam de alguma maneira intervir na atenção do estudante ou até intervir na socialização em atividades”, afirma o secretário.
Com a volta às aulas, o Ministério da Educação lançou um guia para orientar sobre o uso consciente do celular nas escolas. O material inclui diretrizes tanto para as escolas quanto para as redes de ensino, oferecendo estratégias para apoiar a implementação da nova lei.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que a restrição serve como um alerta para a população sobre os impactos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos na aprendizagem e na qualidade de vida dos alunos. “Não queremos proibir o uso, mas sim proteger nossas crianças, contribuindo para que a escola seja um ambiente de aprendizagem e interação”, explicou o ministro
As cartilhas estão disponíveis na plataforma mecred.mec.gov.br.
- Foto de capa: Arquivo/EBC
