Estratégia em elaboração prevê avanços na alfabetização, maior acesso à internet e consolidação de iniciativas da educação básica
O Ministério da Educação (MEC) trabalha para alcançar 100% dos territórios brasileiros com matrículas em ensino integral na educação básica até 2026. Hoje, a cobertura está próxima de 90%. A definição da estratégia para consolidar essa ampliação deve ocorrer ainda em dezembro, segundo informou a secretária de Educação Básica da pasta, Katia Schweickardt.
A meta integra um conjunto de prioridades estabelecidas pelo MEC. Entre elas está a ampliação da alfabetização na idade correta. O governo aguarda os resultados dos exames nacionais e projeta atingir 64% das crianças alfabetizadas na etapa adequada. Outro objetivo destacado é a ampliação do acesso das escolas à internet para uso pedagógico. A projeção é chegar a 80% das unidades conectadas até o fim de 2026. O percentual atual é de 64%.
A pasta também pretende consolidar o Programa Pé-de-Meia como política educacional permanente, não restrita ao incentivo financeiro ao estudante do ensino médio. Segundo a secretária, isso implica “garantir que ele esteja lá, que ele esteja aprendendo, que ele passe de ano, que ele queira ir adiante”.
Outro foco é o Compromisso Nacional Toda Matemática, lançado em outubro. A iniciativa deve integrar redes estaduais e municipais de forma semelhante ao pacto que orienta a alfabetização na idade certa.
Mais que ampliação de carga horária
Pelas regras do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), uma matrícula é reconhecida como de tempo integral quando cumpre ao menos sete horas diárias, cinco dias por semana, e totaliza 35 horas semanais. Para Katia Schweickardt, esse é apenas o primeiro passo. Ela afirma que a qualidade da oferta é o desafio seguinte.
“Isso é uma dimensão. A educação integral precisa trabalhar com uma série de outros aspectos. Primeiro, a formação de professores. Você ter os professores qualificados para cada componente, mas que também se permitam ser sujeitos aprendentes e que queiram aprender colaborativamente com seus outros colegas. Segundo, você precisa ter uma infraestrutura adequada, tem que ter escolas equipadas, tem que ter áreas disponíveis para teatro, para música, para lazer, para esporte”, explicou.
A gestora destaca ainda a importância da atuação intersetorial, com diferentes áreas do poder público contribuindo para o ambiente escolar. Segundo ela, a comunidade precisa enxergar a educação para além dos muros da escola. “Da mesma forma que durante a pandemia a escola foi, em muitas localidades, a única porta aberta, cuidou da saúde, acolheu e informou, as outras pastas têm de ter o mesmo compromisso. A gente precisa ter suporte também da saúde, a gente precisa ter suporte também da cultura, do esporte, e essa intersetorialidade tem que acontecer territorialmente também”, afirmou.
Katia reforça que o território é elemento central na construção do ensino integral. Para ela, o currículo, as atividades, as metodologias e o uso dos espaços devem considerar as especificidades e potencialidades de cada região. As declarações foram dadas durante o encontro Educação Integral Impacto Real, promovido pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Instituto Natura e Instituto Sonho Grande (ISG).
Com informações: Agência Brasil
Foto de capa: Tomaz Silva/Agência Brasil


















