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Após a sanção da Lei Federal nº 4.932/2024,nesta segunda-feira (13), que restringe o uso de celulares e dispositivos eletrônicos em escolas de educação básica, muitas polêmicas começaram a aparecer. A psicopedagoga Olívia Meneghetti Carromeu afirma que a medida pode mitigar os impactos do uso excessivo de celulares, como prejuízos à concentração, dificuldades no aprendizado,  aumento de ansiedade e baixa autoestima em estudantes.

O uso abusivo de celulares em sala de aula pode prejudicar o desempenho escolar e o bem-estar emocional de crianças e adolescentes. Segundo a especialista, a distração proporcionada pelos dispositivos compromete habilidades cognitivas e socioemocionais, além de estar associada a sinais de sofrimento psíquico.

“O uso excessivo do celular em sala de aula pode prejudicar o aprendizado dos alunos de diversas maneiras, tanto no aspecto cognitivo quanto emocional. Pode prejudicar também na redução de atenção e foco, pode comprometer a memória de trabalho, o impacto na interação social, diminuição do tempo de prática ativa, aumentar o estresse, a ansiedade e também estabelecer limites e autocontrole”, afirma Olívia.

De acordo com a psicopedagoga, as constantes distrações dos dispositivos impactam habilidades como atenção, concentração, planejamento e organização, enquanto afetam também a empatia, a paciência e a autonomia emocional. “Essas alterações podem se acumular ao longo do tempo, impactando tanto no desempenho acadêmico quanto no bem-estar geral”, explica.

Relação com a saúde mental

Olívia destaca que o uso abusivo de celulares está diretamente relacionado a problemas como ansiedade e baixa autoestima, especialmente em crianças e adolescentes. “Essa relação ocorre devido a uma combinação de fatores psicológicos, sociais e comportamentais relacionados ao uso constante de dispositivos eletrônicos, especialmente em ambientes virtuais como as redes sociais”, afirma.

Além disso, a especialista ressalta que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode ser um indicativo de sofrimento psíquico. “ Nem sempre, mas a grande maioria sim, especialmente nas crianças e adolescentes. Esses sinais podem variar de acordo com a intensidade do uso, o tipo de conteúdo acessado e as vulnerabilidades individuais, as que cada um tem, já carregam por si”.

Papel das escolas e famílias

Para lidar com o impacto da tecnologia na educação, Olívia defende o papel essencial das escolas na conscientização sobre o uso responsável dos celulares. “A escola atua como agente transformador na promoção de hábitos digitais saudáveis. Elas podem orientar os alunos e suas famílias a encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e outras atividades, destacando a importância de utilizar dispositivos de forma consciente”, afirma.

Ela sugere que programas educativos, práticas exemplares e parcerias com famílias podem ajudar a equilibrar a relação dos jovens com a tecnologia. Além disso, a proibição do uso de celulares em sala de aula é vista como uma oportunidade para educar sobre o tema.

“A proibição do uso de celulares nas escolas é uma oportunidade para que os pais eduquem seus filhos sobre o uso responsável da tecnologia e promovam, assim, hábitos mais saudáveis”, orienta Olívia.

Além disso, a psicopedagoga orienta sobre formas de abordar o assunto com os jovens de forma positiva. “Deve-se utilizar com as crianças e adolescentes uma linguagem positiva, destacando o benefício da nova regra, como maior interação com os colegas e mais foco nos estudos. Eles têm que compreender e apoiar as novas regras, informar sobre os detalhes da lei e a razão por trás dela, como o impacto positivo no aprendizado e no comportamento dos alunos, mostrar apoio à escola, reforçando a importância de se respeitar as regras”.

Uso consciente da tecnologia

A psicopedagoga sugere estratégias para pais e educadores, como dar o exemplo em casa, evitar o uso de dispositivos durante refeições e conversas familiares, e estimular momentos de desconexão tecnológica. 

“Eles podem ensinar também sobre os impactos do uso excessivo, explicar os efeitos negativos, como a interferência do sono, a ansiedade, o impacto da autoestima devido às redes sociais, discutir o conceito de cidadania digital abordando a importância da segurança e do respeito no ambiente online. Eles podem promover pausas tecnológicas regulares, instituindo momentos livres de tecnologia, como noites sem dispositivos ou fins de semana”, conclui.

A conscientização sobre o uso equilibrado dos dispositivos móveis é, segundo Olívia Carromeu, uma responsabilidade conjunta entre famílias e escolas. “Pais que agem com empatia, consistência e diálogo podem ajudar seus filhos a desenvolverem uma relação equilibrada e saudável com a tecnologia e respeitando os novos limites impostos pela lei”, finaliza.

Foto: Freepik

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