O Ministério das Relações Exteriores (MRE) anunciou nesta quarta-feira (29) a criação de um grupo de trabalho com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para trocar informações sobre brasileiros deportados e a operacionalização dos voos de deportação. Segundo o MRE, a medida busca garantir “a segurança e o tratamento digno e respeitoso dos passageiros”.
O acordo prevê a criação imediata de uma linha direta de comunicação entre os membros do grupo para permitir acompanhamento em tempo real dos voos.
A proposta havia sido discutida na terça-feira (28) em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros no Palácio do Planalto. O governo também anunciou a instalação de um posto de acolhimento humanitário no Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, principal terminal de desembarque de voos fretados pelo governo norte-americano para a deportação de brasileiros.
A mobilização ocorre após um voo de deportação com 88 brasileiros enfrentar problemas como passageiros algemados durante todo o trajeto, relatos de agressões por agentes americanos, privação de comida e acesso ao banheiro, além de falhas no ar-condicionado que levaram a paradas não previstas.
Em uma dessas paradas, em Manaus, na sexta-feira (24), a Polícia Federal determinou a retirada das algemas. Os passageiros foram transferidos para um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e seguiram para Belo Horizonte, onde chegaram no sábado (25).
Na segunda-feira (27), a secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares e Jurídicos do MRE, Márcia Loureiro, reuniu-se com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, para tratar do assunto. A convocação pelo Itamaraty foi um gesto diplomático de descontentamento com a condução das deportações.
Foto: Força Área Brasileira – FAB
Com informações da Agência Brasil