O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), esteve nesta quarta-feira (9) em Inocência (MS) para participar do lançamento da pedra fundamental da fábrica de celulose da Arauco. O empreendimento, chamado Projeto Sucuriú, terá investimento de US$ 4,6 bilhões e deve gerar até 14 mil empregos na fase de construção.
“Estamos aqui no maior projeto do mundo de celulose em primeira etapa. Uma indústria que em sua produção 90% vai ser exportada para o mundo. O comércio exterior é o que mais gera empregos. Estamos desburocratizando e reduzindo custos para contribuir com este processo. O desenvolvimento gera empregos, renda e dignidade para população”, descreveu Geraldo Alckmin.
A cerimônia contou com a presença do governador Eduardo Riedel, que destacou a articulação do Estado para viabilizar o empreendimento. “Momento histórico não apenas para Inocência, mas também ao Mato Grosso do Sul. Toda esta região será impactada com este grande investimento privado. Lembro de quando fomos ao Chile, visitamos os empreendimentos e aprendemos a cultura deles. Conhecemos a seriedade, simplicidade e competência do grupo. Lá se estabeleceu um compromisso e confiança para viabilizar o maior empreendimento privado nos dias de hoje”, afirmou.
A fábrica terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose de fibra curta, em uma área de 3.500 hectares, localizada a 50 quilômetros do centro de Inocência. As obras de terraplanagem começaram em junho de 2024 e já empregam 2,8 mil trabalhadores na construção, além de 2 mil na área florestal. O pico da construção deve mobilizar até 14 mil trabalhadores.
Após o início das operações, previsto para o final de 2027, o projeto deve manter cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos nas áreas industrial, florestal e logística.
“Estamos no principal eixo de celulose do Brasil, isto nos permite construir a maior fábrica de celulose no mundo. Isto promove prosperidade, avanços sociais e econômicas, com o cuidado de preservar os biomas. Para isto garantimos os melhores parceiros estratégicos, através de um time muito qualificado”, afirmou Carlos Altimiras, diretor-presidente da Arauco Brasil.
O impacto econômico também foi ressaltado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que participou da solenidade. “Esta terra me traz muitas saudades das pessoas que passaram por aqui. Há 50 anos atrás o então prefeito (Três Lagoas) Ramez Tebet disse que esta terra era propícia para plantação de eucalipto e produção de celulose. Hoje temos aqui a maior fábrica do mundo de celulose”, contou.
A população de Inocência, atualmente em torno de 8,4 mil habitantes, pode chegar a 32 mil durante a fase de construção. Após a inauguração, a estimativa é de que a cidade tenha entre 18 mil e 22 mil moradores. O prefeito Antonio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap, comemorou o momento. “Lutamos durante anos para trazer um projeto como este para Inocência. Um trabalho e dedicação de muitas pessoas. Vivemos uma transformação enorme, recebemos agora um dos maiores investimentos do mundo, vamos precisar do apoio de todos, para termos uma cidade próspera, com renda e enpregos”, disse.
A Arauco também anunciou um investimento de R$ 85 milhões no Plano Estratégico Socioambiental (PES), voltado para melhorias no município. O Governo do Estado afirma que os investimentos públicos na região já ultrapassam R$ 65 milhões, em áreas como infraestrutura urbana, transporte, logística, saúde, educação e qualificação profissional.

A fábrica contará com um sistema de produção fechado, que reaproveita integralmente os subprodutos do processo industrial. Também terá capacidade de geração de mais de 400 megawatts (MW) de energia, dos quais cerca de 200 MW serão utilizados internamente. O restante será disponibilizado no mercado de energia.
Haverá ainda monitoramento da biodiversidade local, com identificação de espécies nativas e mapeamento de áreas prioritárias para conservação. O projeto faz parte da estratégia do governo estadual de transformar Mato Grosso do Sul em um polo global do setor de celulose.
- Com informações do Governo de MS – Fotos: Saul Schramm/Secom