As Unidades de Saúde da Família (USFs) e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) de Campo Grande estão preparadas para atender pacientes com transtorno de jogo. A orientação veio do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (DESMAD), que emitiu uma nota técnica no mês passado sobre o tema. A medida busca responder ao aumento do número de pessoas com problemas relacionados às apostas on-line.
A nota técnica do Ministério da Saúde recomenda que o atendimento seja multiprofissional, com consultas individuais e em grupo, e compartilhado entre a atenção primária e a especializada. O documento também destaca a necessidade de apoio à família e aos amigos do paciente, com a implementação de estratégias que ajudem no enfrentamento do problema.
Dados do Ministério da Saúde apontam que 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes no mundo jogaram algum tipo de jogo nos últimos 12 meses, com maior prevalência entre homens. No Brasil, segundo a Pesquisa DataSenado de 2024, 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais participaram de apostas esportivas no último mês. Entre os jogadores, o perfil mais comum é de homens, com idades entre 16 e 39 anos e ensino médio completo.
Em Campo Grande, entre março e outubro de 2024, os CAPS atenderam 42 pacientes com queixas relacionadas ao vício em jogos, tanto presenciais quanto online. Muitos desses casos estavam associados a transtornos como ansiedade e comportamentos autodestrutivos, frequentemente provocados pelo endividamento gerado pelas apostas.
A Coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Gislayne Budib reforça que unidades de Campo Grande já estão preparadas para oferecer assistência aos pacientes. “Em Campo Grande, todas as unidades de saúde da família e os CAPS estão preparados para fazerem atendimentos em saúde mental, inclusive os atendimentos com os transtornos relacionados a jogos”.
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