Diante de mais uma crise na Santa Casa de Campo Grande, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul anunciou nesta quinta-feira (3) um novo repasse emergencial de R$ 25 milhões. O valor, proveniente de emendas parlamentares da bancada federal, será destinado ao hospital por meio do Fundo Estadual de Saúde, dividido em três parcelas mensais.
Durante reunião com representantes estaduais, municipais e da direção da unidade, o governador Eduardo Riedel voltou a cobrar mudanças estruturais e de gestão na Santa Casa. “É necessário que haja uma mudança no modelo de gestão, uma mudança estrutural”, disse. A crítica evidencia a insatisfação do Executivo com a recorrência de dificuldades financeiras enfrentadas pelo hospital.
Para viabilizar o repasse, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realocou recursos de outros projetos. De acordo com o secretário Maurício Simões, o valor busca recompor estoques de medicamentos e insumos que hoje impedem a plena assistência hospitalar. Apesar do novo aporte, o hospital já havia recebido R$ 15 milhões em outubro do ano passado, além de R$ 9 milhões adicionais para o pagamento do 13º salário — totalizando, segundo o governo, cerca de R$ 50 milhões em poucos meses.
“É um compromisso de transferências de recursos, em torno de R$ 25 milhões, em três parcelas de R$ 8,3 milhões, que são oriundos de emendas parlamentares depositadas no Fundo Estadual de Saúde para serem imediatamente transferidos à Santa Casa. A fim de dar a oportunidade de suprir, principalmente, os estoques de material e medicamento, que nesse momento estão impedindo que a Santa Casa execute a assistência hospitalar, que é a sua função”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões.
Na sexta-feira (28), o Governo do Estado anunciou o repasse dos R$ 25 milhões para auxiliar o hospital a enfrentar a crise financeira, com a liberação das parcelas a partir do dia 20 de abril até o mês de junho.
O Executivo defende um novo modelo de gestão não apenas para a Santa Casa, mas também para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), na tentativa de evitar que a situação crítica se repita a cada dois meses. A área da saúde em Campo Grande recebe recursos estaduais de mais de R$ 1 bilhão por ano.
A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, afirmou que o valor representa um alívio. “A partir do momento que ele entra, vai dar uma estabilidade para que os serviços possam continuar sendo prestados da forma que a população precisa”, declarou.

Participaram da reunião os senadores Soraya Thronicke e Nelsinho Trad, os deputados federais Luiz Ovando, Geraldo Resende e Beto Pereira, além do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, o presidente da Câmara Municipal, vereador Papy, a secretária municipal de Saúde Rosana Leite e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes.
Foto de capa: Reprodução/Santa Casa