Em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) apresentou, nesta sexta-feira (28), a prestação de contas e os resultados obtidos em 2024. Durante a sessão, vereadores cobraram a redução da fila de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pública de saúde.
Foram levantadas questões sobre a execução orçamentária, judicialização de procedimentos e compras, além de reclamações de usuários quanto aos serviços de odontologia e saúde mental. O debate contou com a participação da secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo.
A audiência foi presidida pelo vereador Dr. Victor Rocha, presidente da Comissão Permanente de Saúde, e secretariada pelo vereador Dr. Lívio, membro do colegiado. Inicialmente, a secretária apresentou superintendentes e coordenadores regionais. Em seguida, exibiu dados sobre a rede de assistência, atenção primária, atendimento nas unidades de saúde, leitos hospitalares, quadro de profissionais, cobertura vacinal e auditorias.
De acordo com a Sesau, o município alcançou 89,44% de cobertura da Atenção Primária à Saúde, superando a meta anual de 74%. Nos últimos quatro meses, a Atenção Básica realizou 2,4 milhões de atendimentos, incluindo visitas domiciliares e procedimentos odontológicos.
A secretária também alertou sobre o déficit de leitos hospitalares em Campo Grande. “Sabemos que, nas UPAs e CRSs, os pacientes deveriam permanecer até 24 horas, mas isso não acontece em Campo Grande. Temos um déficit de leitos”, afirmou. A Sesau deve lançar, em breve, um sistema de gestão da urgência e emergência com acesso público, permitindo que a população acompanhe o tempo de espera e a disponibilidade de vagas.
Representantes das categorias de servidores também participaram. O presidente do Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul, David Chadid, denunciou falhas nos compressores de 14 unidades, afetando 40 profissionais. “Eles ficam com quase 90% de suas atividades paradas”, afirmou. Ele também cobrou a realização de concurso público para a área.
A secretária explicou que os contratos de manutenção de equipamentos odontológicos foram firmados há quatro anos e que um novo processo de compra foi aberto, com um certame emergencial iniciado há quatro semanas. “Nos próximos 40 dias, essa questão deve ser solucionada”, disse. Ela também destacou o aumento no fornecimento de próteses dentárias, a revitalização de centros odontológicos e a realização de processos seletivos.
No que diz respeito à saúde bucal, Rosana Leite enfatizou a redução do tempo de espera por procedimentos especializados, como endodontia e prótese dentária.
Na área de urgência e emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebeu seis novas ambulâncias do Ministério da Saúde e ampliou suas bases descentralizadas. Além disso, 10 viaturas foram alugadas para reforçar o transporte de pacientes, reduzindo o tempo de espera nas transferências entre unidades.
A Rede de Atenção Psicossocial avançou com a aprovação de novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a ampliação do atendimento em saúde mental, especialmente para vítimas de violência e tentativa de suicídio.
Foto de capa: Reprodução/Câmara Municipal de CG