O Sistema Único de Saúde (SUS) de Campo Grande passou a oferecer o dispositivo subdérmico Implanon para mulheres de 18 a 49 anos. O método contraceptivo, anunciado pelo Ministério da Saúde em julho, é agora uma alternativa gratuita para o planejamento reprodutivo nas unidades de saúde da cidade.
A capital recebeu três mil unidades do Implanon e a procura tem sido alta. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realizou uma ação com a intenção de capacitar médicos e enfermeiros da rede municipal na USF Noroeste, nesta quinta-feira (11). O treinamento habilita os profissionais para inserir o implante nas unidades próximas. Durante a atividade, 80 mulheres e adolescentes receberam o dispositivo.
A responsável técnica pela área de Saúde da Mulher da Sesau, Alecsandra Fernandes, afirma que o município trabalha para ampliar rapidamente o acesso. “A intenção é que todas as unidades tenham profissionais habilitados, sejam eles médicos ou enfermeiros, para realizar a consulta de saúde da mulher e o procedimento de inserção.”
Ela reforça que a escolha do método contraceptivo deve considerar a avaliação individual. “Não é porque o implante chegou que ele deve ser a única opção. A paciente será avaliada durante a consulta e vai ver qual o melhor método para ela, diante dessa avaliação clínica.”
Para algumas mulheres, o Implanon tem sido uma alternativa ao Dispositivo Intrauterino (DIU). Maria Vitória Dias, de 20 anos, buscou o implante após não se adaptar ao método anterior. “O DIU que eu coloquei tinha duração de dez anos, e não era isso que eu tinha em mente. O implante, por durar três anos, faz mais sentido pra mim.”
A enfermeira Juscilene Maciel, da USF São Conrado, destaca a expectativa das usuárias. “As mulheres das periferias, principalmente, não têm condições de acessar esse método. Agora elas vão ter uma oportunidade extraordinária de prevenir gestações indesejadas.” Segundo ela, a praticidade do implante também atrai adolescentes. “Diferente de pílulas ou injetáveis, o implante não depende de lembrar datas. A mulher fica protegida por três anos e isso traz muita segurança.”
As interessadas podem procurar a unidade de saúde de referência para agendar a consulta de planejamento sexual e reprodutivo, onde serão avaliadas e orientadas.
O enfermeiro Vinícius Ribeiro dos Santos, integrante do grupo técnico de saúde da mulher no Conselho Regional de Enfermagem, lembra da importância do preservativo. “É importante também lembrar que, mesmo com esses métodos contraceptivos de longa duração, elas precisam usar o preservativo, porque, sem ele, elas não estão protegidas contra as infecções sexualmente transmissíveis”, conclui.

















