O Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios de Mato Grosso do Sul cresceu em todas as regiões entre 2022 e 2023, com maior impacto nas áreas ligadas ao agronegócio e à agroindústria. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e fazem parte de estudo compilado pela Assessoria de Economia da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Em 2023, o PIB estadual alcançou R$ 184 bilhões, alta de 13,4% em relação a 2022. O índice é quatro vezes superior ao crescimento nacional, de 3,2%, e o segundo maior do país no período, atrás apenas do Acre, que registrou variação de 14,1%. “O que se demonstra agora é a distribuição regional desse crescimento, onde aconteceram os maiores impactos, embora todos os municípios tenham sido beneficiados”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
Segundo o estudo, a combinação entre produção agropecuária, industrialização associada ao agronegócio e ampliação da infraestrutura sustentou o dinamismo econômico e ampliou as oportunidades de desenvolvimento nos municípios. A política estadual de incentivos para atração de empresas contribuiu para a desconcentração das riquezas, beneficiando cidades de médio e pequeno portes, sem redução nominal do PIB em nenhum município.
Em 2010, as dez maiores economias do estado, lideradas por Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Maracaju, concentravam 65,54% do PIB sul-mato-grossense. Em 2023, essa participação caiu para 60,74%. “Temos um espraiamento do crescimento da agropecuária, que impacta o PIB dos municípios das regiões de Dourados, Ponta Porã, Maracaju, e outro fator é o investimento agroindustrial que nós já tínhamos detectado no PIB do Estado, mas agora vamos olhar isso do ponto de vista territorial”, observou Verruck.
Entre os municípios com maior ganho de participação no PIB estadual, Dourados apresentou a maior variação positiva em 2023, com avanço de 0,7 ponto percentual. Campo Grande, por sua vez, teve recuo de 1,3 ponto. Também ampliaram participação Ribas do Rio Pardo, Ponta Porã, Naviraí e Inocência.
Apesar das mudanças, Campo Grande, Dourados e Três Lagoas permaneceram como as maiores economias do estado. De acordo com Verruck, o crescimento relativo dos municípios de pequeno e médio portes indica maior dinamismo econômico e avanço gradual na redução das desigualdades regionais, com distribuição mais ampla de oportunidades de negócios e empregos.
O PIB per capita estadual atingiu R$ 66,8 mil em 2023, o sexto maior do Brasil e acima da média nacional, que ficou em R$ 51.693,92. Os cinco municípios com maior PIB per capita em Mato Grosso do Sul foram Selvíria (R$ 330.535,28), Paraíso das Águas (R$ 252.215,19), Jateí (R$ 203.563,32), Laguna Carapã (R$ 184.975,76) e Ribas do Rio Pardo (R$ 144.850,38).
O destaque de Selvíria é explicado pela localização da sede da usina hidrelétrica de Ilha Solteira no município. Já Paraíso das Águas, Jateí e Laguna Carapã apresentam forte produção agropecuária associada à baixa densidade populacional, o que eleva o indicador. Em Ribas do Rio Pardo, o desempenho está ligado à instalação da indústria de celulose da Suzano.
“São regiões impactadas pela expansão da produção agropecuária, pelo fortalecimento das cadeias florestais e pela instalação ou ampliação de unidades industriais”, pontuou o secretário.
Verruck ressalta que, em 2023, a indústria da Suzano ainda não havia iniciado as atividades. Com isso, a expectativa é de novo reposicionamento do PIB nominal e do PIB per capita de Ribas do Rio Pardo nos próximos anos, assim como de outros municípios que vêm recebendo investimentos diretos e indiretos do setor de celulose.
Foto de capa: Comunicação Semadesc


















