sexta-feira, 27/12/2024, 05:52

O Fórum de Bioenergia do Mato Grosso do Sul foi uma experiência transformadora, reafirmando a posição do estado como protagonista no cenário global de transição energética. Desde o primeiro painel, ficou evidente que Mato Grosso do Sul não apenas acompanha as tendências, mas lidera um movimento em direção a um futuro mais sustentável e inovador. Com 94% da sua energia proveniente de fontes limpas, o estado se destaca como um exemplo de como aproveitar recursos naturais de forma estratégica e eficiente, transformando-os em oportunidades globais.

As contribuições do secretário Jaime Verruck foram particularmente marcantes. Ele destacou que, apesar de já termos avançado significativamente na transição energética, ainda há desafios como a certificação de projetos e a melhoria da infraestrutura. Sua visão sobre o uso do bagaço de cana, biometano e resíduos das indústrias de celulose para geração de energia mostra como políticas públicas bem estruturadas podem transformar recursos locais em potências econômicas.

Entre os dados apresentados, o diretor da Eldorado Brasil Celulose, Jozebio Gomes, trouxe insights impressionantes. Ele revelou que o setor de celulose pode gerar um volume de bioeletricidade equivalente a 3,8 vezes a capacidade da Usina Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias (Jupiá). Com a produção anual de 16 milhões de toneladas de celulose, cerca de 3 milhões de megawatts serão exportados, abastecendo 3,5 milhões de pessoas. A utilização de biomassa residual, como tocos de eucalipto, pode ampliar ainda mais esse potencial para 8 milhões de megawatts por ano. Esse volume extraordinário de bioenergia consolida o estado como uma força energética global.

O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, enfatizou o papel da inovação tecnológica. Projetos como o combustível de aviação verde (SAF) e o biocombustível para navios são exemplos de como a indústria local está alinhada com as demandas globais. A previsão de avanços em biometano e o aumento da mistura de etanol na gasolina mostram que o estado não é apenas reativo, mas está moldando o futuro da bioenergia, abraçando soluções sustentáveis e criando oportunidades.
Outro ponto de destaque foi a exposição de Aurélio Rocha, presidente do Lide MS, que reforçou a viabilidade de Mato Grosso do Sul ser um dos primeiros estados a produzir o SAF. A abundância de recursos como etanol de milho, cana e biomassa, somada à localização estratégica, posiciona o estado como um polo de inovação energética. Esses projetos não apenas prometem transformar o setor, mas também criar um legado sustentável para as próximas gerações.

Minha gratidão por participar desse evento transcende a experiência de aprendizado. Foi uma oportunidade única de testemunhar uma transformação energética que está redefinindo o papel de Mato Grosso do Sul na economia global. Como empreendedor, vejo o Fórum de Bioenergia como um chamado para que exploremos novos mercados, fomentemos soluções sustentáveis e fortaleçamos as bases de um futuro mais verde e promissor. A energia do evento reforçou meu compromisso em contribuir, ainda que apenas como um estagiário, para um diálogo que posiciona nosso estado como referência mundial em bioenergia.

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Dijan de Barros

Empreendedor, Consultor Especialista em Marketing, Negociação & Vendas, Personal Professional Coach e Palestrante. É Diretor Regional da Construtora Saraiva de Rezende, fundador do projeto Café com Negócios, fundador do portal TEX Educação, organizador do Tedx Carandá, apresentador do programa Visão de Negócios na Morena FM, apresentador do Podcast com Negócios, Coordenador da Pós Graduação em Gestão de Negócios, Inovação e Liderança na Faculdade INSTED, e tem a empresa Dijan de Barros Gestão & Negócios. | @dijanbarros