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O crescimento do comércio eletrônico no Brasil tem trazido não apenas oportunidades, mas também desafios para os consumidores. Entre os principais problemas relatados estão a falta de entrega dos produtos e golpes em sites fraudulentos. Com o aumento das compras on-line, especialistas alertam para os cuidados necessários para evitar prejuízos, especialmente no Dia do Consumidor, comemorado neste sábado (15).

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o comércio on-line deve faturar R$ 224,7 bilhões em 2025, um aumento de 10% em relação ao ano passado. Apesar do crescimento, a confiança dos consumidores tem diminuído.

Segundo o Relatório de Identidade Digital e Fraude da Serasa Experian, divulgado no mês passado, a percepção de que empresas adotam medidas para proteger os clientes contra fraudes caiu de 51% para 43%. Além disso, 48% dos entrevistados afirmaram já ter desistido de uma compra por não confiar no site ou aplicativo.

O advogado Igor Marchetti, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), explica que o problema mais comum enfrentado pelos consumidores é o descumprimento de oferta, ou seja, a não entrega do produto adquirido.

“Isso gera frustração no consumidor. Para você ter uma ideia, no ano passado, a gente teve um terço das demandas relativas ao descumprimento de oferta”, afirma.

Outro problema frequente, segundo ele, está na logística e nos custos do frete. “O frete, na verdade, não é só um preço a mais, mas é um custo. Muitas vezes, essa cobrança do frete é usada para tirar uma vantagem econômica”, diz.

Como evitar golpes?

Especialistas apontam algumas medidas que podem ajudar a evitar prejuízos ao comprar pela internet. O professor de direito Nauê Bernardo, do Centro Universitário de Brasília, alerta que consumidores devem desconfiar de ofertas com preços muito abaixo da média.

“Se o preço estiver muito abaixo daquilo que normalmente é praticado no mercado, é porque alguma coisa está errada. Em segundo lugar, é preciso também entender qual é a confiabilidade daquela pessoa ou empresa que faz o anúncio”, explica.

Para reduzir os riscos de cair em golpes, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda:

  • Verificar a reputação da loja em sites de reclamações e em listas divulgadas pelos Procons;
  • Desconfiar de ofertas com preços muito baixos;
  • Calcular o valor final da compra, incluindo o frete;
  • Evitar compras em redes sociais sem a devida verificação da empresa.

Caso o consumidor seja vítima de um golpe, deve procurar o Procon, registrar uma reclamação no site consumidor.gov.br e, se necessário, recorrer à justiça. Para compras feitas no cartão de crédito, é possível solicitar o cancelamento da transação junto à operadora do cartão.

Apesar dos desafios, o comércio eletrônico segue em expansão. Para especialistas, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) ainda é uma ferramenta essencial na proteção dos clientes.

“O código é um tesouro nosso. A gente não pode de forma alguma, sob o pretexto de que precisamos modernizar a lei, flexibilizar direitos. É isso que muitas vezes está por trás do discurso de modernização”, alerta Bernardo.

Com o avanço da tecnologia e das compras digitais, especialistas defendem que a educação financeira e digital deve ser reforçada, especialmente entre idosos e pessoas com menos acesso à informação. Enquanto isso, os consumidores seguem atentos para evitar cair em enrascadas no comércio on-line.

Com informações e imagem da Agência Brasil

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