A quantidade de profissionais do mercado publicitário que já atuaram efetivamente dentro das agências, veículos e empresas fornecedoras ao longo da sua carreira, é um percentual muito baixo. E, se acrescentarmos a experiência no marketing digital e núcleos de marketing dos anunciantes, este índice ficará menor ainda. E quem teve estas oportunidades, adquiriram organicamente uma visão 360 graus da estratégia de comunicação e marketing. E mais que a visão, o respeito vivencial dos limites e da interdependência de todas as empresas, pois juntas, formam a indústria da comunicação.
Mas, se você não é um destes profissionais privilegiados, é recomendável que vá em busca de novos conhecimentos, porque vai fazer muita falta, e a seletividade do mercado pode afastar você da atual condição de titular da sua posição.
As universidades já vêm moldando suas grades curriculares, porque o mercado vem exigindo, e com isso, novos profissionais chegarão mais versáteis, e terão domínio e diferentes aptidões pessoais e profissionais.
Para se manter atual, tenha interesse pelo que você ainda não vivenciou, contextualize a sua atividade e da sua empresa aos demais. Se estiver no veículo, procure olhar qual é a sua função no mercado, o que realmente vende, e porque seu veículo existe. Pense que seus espaços são virtuais, perecíveis, finitos e precisa ter mídia kit online transparente e ainda, sempre investir em pesquisas e métricas. Se estiver na agência, tente fazer o exercício de como é complexo conquistar e manter um cliente, e produzir com qualidade usando os seus conhecimentos, que resultam numa estratégia seguida de criatividade. Se estiver na empresa fornecedora, imagine o quanto a agência transpirou, e demorou, para aprovar com os seus clientes as peças criativas que chegarem até você.
Caso esteja à frente do núcleo de marketing do anunciante, procure entender o valor da intelectualidade publicitária, da tecnologia utilizada na produção das peças, e não apenas no valor, prazos e descontos propostos pelos espaços dos veículos. Seja menos transacional e mais estratégico. Se estiver no marketing digital, lembre-se que não é absoluto, chegou para ficar, e se integrar com os demais meios através das suas técnicas de aferição e controle.
Observe que ninguém é absoluto, o fundamental é respeitar posições, limites e promover uma troca de conhecimentos. Compreender também qual é a sua posição na cadeia produtiva da comunicação em prol da economia de mercado.
Não teremos super-heróis na comunicação, nem precisamos disso. Porém, o que facilitará muito é adotar processos, procedimentos, formatos, normas e investir na capacitação de profissionais, independentemente de qual área atuem. O mercado publicitário sempre vive sob pressão, precisa processar rapidamente dados, tendências, valores, tecnologia, comportamento social, e ainda ser veloz, prático, estratégico, tático, expor inovação para motivar o consumo, sem deixar de lado a criatividade. As empresas do setor, seja em qual posição na cadeia produtiva estiverem, que não promoverem estas facilidades, serão descartadas rapidamente.
Importante destacar que o tempo dos anunciantes é muito perecível, e entendam que seus concorrentes do segmento, assim como os nossos do mercado publicitário, também são para sempre e mais um dia.
E, para conquistar respeito e a fidelidade do consumidor, depende de muitas variáveis condicionantes, e várias delas, ainda bem, estão ancoradas ao nível do conhecimento dos profissionais de marketing e comunicação. Por isso, precisam de capacitação e estudos para se manterem no jogo.
Portanto, se as agências não forem transparentes com seus custos e as necessidades para manter a excelência exigida pelos anunciantes, se os veículos de comunicação não normatizarem relações comerciais, valores de tabela, formatos, produtos e condições de pagamentos, se a sua empresa que produz e materializa as campanhas não tiver tecnologia, velocidade e preços competitivos, e principalmente se o anunciante não promover uma troca de responsabilidades, adotar um fundo promocional com critérios técnicos para ter condições de investir num calendário de campanhas, o paradoxo do baixo crescimento do mercado perpetuará.
Na realidade, o que cada profissional mais precisa é dominar o tempo, ter procedimentos práticos, respeitar normas, consumir dados, utilizar novas tecnologias e adotar vários sistemas.
Tudo isso para que os seus raciocínios estratégicos tenham fundamentação, velocidade e aplicabilidade, suprindo as necessidades das marcas, produtos e serviços, para que sejam sempre competitivos e consumidos. Afinal, os núcleos de marketing e a indústria da comunicação existem para transformar o comportamento do consumo e ampliar negócios diariamente.
Laércio Ferreira da Silva
CEO – Instituto INFOOH
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