domingo, 09/02/2025, 04:27

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) promove neste mês atividades do programa Futuras Cientistas, voltado para alunas e professoras da rede pública de ensino. A iniciativa, do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, busca despertar o interesse de meninas pelas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Nesta edição, o projeto Vivências em Botânica: abordagens e aplicabilidades para estudos da biodiversidade vegetal, do Instituto de Biociências (Inbio), foi um dos oito selecionados na região Centro-Oeste. Coordenado pela professora Rosani Arruda, o programa recebe cinco alunas e uma docente da Educação Básica para atividades de campo, práticas em laboratório, oficinas, palestras e visitas técnicas.

“A gente propõe atividades científicas porque o objetivo é estimular essas alunas que estão entrando no 3º ano do Ensino Médio, para que tenham um olhar para essa carreira de pesquisadora, de cientista”, explica Rosani. Segundo ela, as ações ajudam as estudantes a perceberem a pesquisa botânica de forma mais ampla. “Normalmente, as plantas são bem pouco percebidas. Fizemos várias atividades mostrando que a pesquisa pode ser feita em várias áreas, não só na morfologia, mas também na genética e evolução. Visitamos o Museu de Arqueologia para mostrar a importância das plantas na alimentação dos povos antigos.”

A professora acredita que o programa fortalece o interesse das jovens pela ciência e pela Universidade. “Elas têm a oportunidade de conhecer vários laboratórios em diferentes áreas. Acredito que isso é um atrativo a mais para que venham para a Instituição”, acrescenta.

Além de aproximar as alunas da ciência, o Futuras Cientistas também contribui para a qualificação de professores da rede pública. Caroline Bonifácio, docente da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, é uma das participantes. “Fiz graduação em Minas Gerais, mestrado no Espírito Santo e doutorado também em Minas. Quando cheguei aqui, não conhecia a UFMS e vim sem contato. Pensei que precisava fazer essa conexão para levar as pesquisas que acontecem aqui para a sala de aula, porque isso é muito gratificante.”

A professora destaca que a experiência amplia sua formação acadêmica. “Sou especializada em etologia, na área de comportamento animal, e poder aprofundar em outra área da biologia que não tive oportunidade no mestrado e doutorado é de suma importância para levar para meus alunos.”

As alunas que participam do programa também veem a iniciativa como uma oportunidade de conhecer de perto a rotina universitária. “No começo, um professor me falou do projeto. Eu gostei porque é uma chance de ver a Universidade. A gente escuta muito sobre a UFMS, mas não sabe o que acontece de fato aqui dentro”, afirma Amanda Greffe, estudante da Escola Estadual Dona Consuelo Muller.

Any Sopya Melo, da Escola Estadual Carmelita Canale Rebuá, em Miranda, sonha em cursar Agronomia na UFMS. “Achei uma oportunidade para conhecer pessoas diferentes. Na minha cidade, a gente não tem essas oportunidades, lá não tem faculdade.”

O estudante de Ciências Biológicas Guilherme Meins, monitor voluntário do projeto, acredita que a experiência contribui para sua formação. “Por ser um futuro professor, pensei em me candidatar justamente para praticar e ter mais contato com alunos do Ensino Médio. É gratificante também por ser um projeto importante do Governo Federal.”

Para Rosani, a Universidade tem um papel essencial na consolidação da ciência no Estado. “Temos pesquisas desenvolvidas em diversas áreas por professores e técnicos. Essa contribuição é fundamental, e a participação da sociedade, das escolas e dos alunos é necessária. Eles têm essa oportunidade e devem aproveitar.”

Com informações e imagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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