Mais de 700 mil pessoas desapareceram no Brasil nos últimos dez anos, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Entre 2015 e 2024, a média foi de 207 casos diários, totalizando 756.530 registros de desaparecimento.
O levantamento aponta um aumento de 5,9% no número de desaparecidos entre 2015 e 2023. O recorde ocorreu em 2019, com 81.131 casos. Nos anos seguintes, houve uma redução, especialmente durante a pandemia de Covid-19. No entanto, em 2024, os registros voltaram a crescer, tornando-se o terceiro ano com mais desaparecimentos no país.
Para enfrentar o problema, o governo federal deu início, em fevereiro, a uma nova fase do programa de Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa busca capacitar profissionais da saúde e da assistência social para tornar o processo de identificação mais eficiente.
Hospitais e instituições de longa permanência frequentemente acolhem pessoas incapazes de se comunicar, dificultando o reconhecimento de suas identidades. Uma das ações previstas para a nova etapa do programa é a ampliação da pesquisa de impressões digitais de pessoas falecidas e não identificadas, com o objetivo de facilitar a localização de desaparecidos e fornecer respostas às famílias.
Foto de capa: Paulo Pinto/Agência Brasil