A possível fusão entre PSDB e Podemos em Mato Grosso do Sul reacendeu o debate sobre a reorganização partidária no estado e já provoca movimentações entre lideranças políticas locais. A equipe do Total News MS acompanhou o assunto de perto na sessão desta terça-feira (22) na Câmara Municipal de Campo Grande, onde vereadores das duas siglas se manifestaram sobre os impactos e os bastidores das negociações.
Para o vereador Professor Juari (PSDB), a fusão entre os partidos pode representar uma alternativa viável diante do atual encolhimento da legenda tucana. “O PSDB precisa se reinventar, é um partido que tem uma representatividade minúscula hoje no Congresso”, afirmou. O parlamentar condiciona sua permanência no partido à articulação com lideranças estaduais e nacionais, incluindo o governador Eduardo Riedel (PSDB) e o deputado estadual Caravina.
Juari também revelou ter recebido convites de outras siglas, como o PP, a União Brasil e o Solidariedade. Pré-candidato a deputado federal, ele avalia que a decisão sobre a filiação dependerá da viabilidade eleitoral proporcionada por cada legenda. “Eu não vejo a fusão como pequena, vejo como interessante. Vai depender da conversa. Vou olhar onde tenho mais chance de ter a garantia dessa cadeira”, disse.
Já o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) avaliou positivamente a possível união. Para ele, a fusão poderá fortalecer os partidos no plano nacional e refletir em maior poder de articulação política e eleitoral. “Os partidos só vão ter possibilidade de crescimento se realmente houver fusão, federalização. Vai aumentar o tempo de televisão, o repasse do fundo partidário. Não se faz política sozinho”, afirmou.
Guerreiro lembrou ainda sua ligação histórica com o PSDB. “Meu pai foi um dos fundadores do PSDB em Campo Grande. De certa forma, já fazemos parte desse ninho”, disse. Apesar disso, garantiu que pretende permanecer no Podemos.
A fusão entre PSDB e Podemos ainda está em fase de articulação nacional, mas a discussão local evidencia como as movimentações em Brasília devem repercutir nos arranjos políticos municipais e estaduais, especialmente em um ano pré-eleitoral.
A reportagem continuará acompanhando as conversas com outros vereadores das duas legendas e com deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).