O número de casos prováveis de dengue em Mato Grosso do Sul caiu 9% nas primeiras seis semanas de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dados do Ministério da Saúde indicam que o estado registrou 2.138 casos neste ano, contra 2.354 no mesmo período de 2024.
O resultado acompanha a tendência nacional, que teve uma redução de cerca de 60% no número de casos prováveis da doença. No Brasil, foram registrados 281.049 casos até 13 de fevereiro deste ano, contra 698.482 em 2024. O governo federal atribui a queda ao Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses, lançado em setembro do ano passado.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da mobilização nacional no combate à dengue. “O objetivo do governo federal é salvar vidas e proteger a saúde da população. Para isso, é fundamental fortalecer a preparação da rede de assistência e manter os esforços para evitar adoecimentos”, disse.
O pesquisador da Fiocruz Brasília Claudio Maierovitch reforça que, além da conscientização da população sobre a prevenção, é essencial organizar a rede de saúde para facilitar o acesso ao atendimento e o manejo adequado dos casos suspeitos.
Cenário nacional
Ao todo, 17 estados registraram redução nos casos prováveis de dengue, enquanto outros 10 apresentaram aumento. As maiores quedas ocorreram no Distrito Federal (97%), Rio de Janeiro (91%), Minas Gerais (88%), Amapá (79%) e Paraná (74%).
Por outro lado, São Paulo lidera em número de casos prováveis, com 164.463 registros até o momento – um aumento de aproximadamente 60% em relação a 2024. A preocupação no estado é a circulação do sorotipo 3 da dengue, que não era detectado no Brasil há mais de 15 anos.
“Estamos em diálogo com as autoridades estaduais e municipais para apoiar as ações de combate à dengue. A presença do sorotipo 3 é preocupante, pois muitas pessoas não possuem imunidade contra ele”, afirmou Rivaldo Venâncio, secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
Medidas de combate
O Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses inclui ações de vigilância epidemiológica, controle de vetores e assistência à população. O Ministério da Saúde também instalou, em janeiro, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para dengue e outras arboviroses, ampliando o monitoramento e a orientação sobre a doença.
Equipes da Caravana da Saúde já foram enviadas a 22 municípios de 12 estados para reforçar o atendimento e reorganizar os serviços de saúde. Além disso, o governo distribuiu 6,5 milhões de testes rápidos inéditos para dengue, sendo a primeira vez que o Ministério da Saúde envia esse tipo de insumo aos estados brasileiros.
A campanha “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir contra o Aedes aegypti é agora” também reforça a importância da participação popular no combate ao mosquito transmissor da dengue. Segundo o Ministério da Saúde, 75% dos focos do Aedes aegypti estão dentro das residências.
Em Mato Grosso do Sul, as ações de combate incluem o envio de larvicidas, inseticidas e testes rápidos para diagnóstico da doença. Técnicas como Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), uso de Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) e monitoramento por ovitrampas também fazem parte das estratégias implementadas no estado.
O Ministério da Saúde reforça que a redução nos casos da doença não significa que o risco acabou. “É essencial que a população continue adotando medidas preventivas e eliminando possíveis criadouros do mosquito. A luta contra a dengue é contínua”, alerta a pasta.
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