A desigualdade salarial entre homens e mulheres recuou 1,79% em Mato Grosso do Sul, de acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Governo Federal. A pesquisa ouviu 640 estabelecimentos no estado.
Desde a última sondagem, realizada em setembro de 2024, a defasagem entre os salários caiu de 27,11% para 25,32%. Atualmente, as mulheres sul-mato-grossenses recebem, em média, R$ 2.919,14, enquanto os homens têm rendimento médio de R$ 3.909,03.
Em nível nacional, o cenário é diferente. A diferença aumentou 0,18% e agora está em 20,87%. A desigualdade também se agrava quando analisado o recorte racial. No Brasil, mulheres negras recebem, em média, R$ 2.864,39. Já as não negras ganham R$ 4.661,06 — uma diferença de 38%. Em Mato Grosso do Sul, a distância é um pouco menor: mulheres negras recebem R$ 2.551,45, contra R$ 3.465,76 das não negras, ou seja, 26,4% a mais.
Um dos avanços destacados no relatório é o crescimento da participação de mulheres negras no mercado de trabalho. O número de trabalhadoras passou de 3,2 milhões para 3,8 milhões — aumento de 18,2%.
Também caiu o número de empresas com até 10% de mulheres negras no quadro de funcionários: de 21.680 em 2023 para 20.452 neste ano. O levantamento ainda indica um crescimento no número de estabelecimentos com diferença salarial de até 5% entre homens e mulheres.
Embora a presença feminina no mercado de trabalho tenha aumentado, os rendimentos seguem inferiores aos dos homens. A participação das mulheres na massa total de rendimentos passou de 35,7% em 2015 para 37,4% em 2024. “Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, mesmo com o crescimento de sua presença no mercado”, explica Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Entre 2015 e 2024, o número de mulheres ocupadas cresceu de 38,8 milhões para 44,8 milhões. No mesmo período, o total de homens ocupados subiu de 53,5 milhões para 59 milhões.
Segundo o relatório, mulheres em cargos de direção e gerência recebem, em média, 73,2% do salário de homens na mesma função. Já as profissionais com nível superior ganham 68,5%, e as trabalhadoras de serviços administrativos recebem 79,8% da remuneração masculina.
Entre os estados com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres estão Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%) e Distrito Federal (9,97%). Na outra ponta, com maiores disparidades, aparecem Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%) e Santa Catarina (27,96%). Mato Grosso do Sul não figura entre os extremos.

Com informações do Ministério do Trabalho e Emprego
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